‘Vigor Mortis Comics’ são 8 histórias
curtas que se interligam de alguma maneira e que levam para as páginas da HQ o
universo trash e surreal das peças de teatro da Companhia Vigor Mortis, criada no
ano de 1997 em Curitiba, Paraná, pelo diretor teatral Paulo Biscaia Filho.
Embora alguns personagens tenham saído diretamente dos palcos, não é necessário
ter visto nenhum trabalho do grupo para mergulhar no livro. Apesar de todo o
sangue e violência, ‘Vigor Mortis Comics’ consegue arrancar risadas com suas
situações inusitadas e personagens bizarros.
Já
faz um tempinho que comprei esta HQ, movida, principalmente, por meu interesse
por histórias de terror. Eu de fato queria ter tido a oportunidade de ver
alguma peça da companhia ou de, pelo menos, ter conferido o filme ‘Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos’ antes da leitura, mas acabou não rolando. Decidi ler assim
mesmo para o especial #MesDoArrepio e, felizmente, não ter conhecimento prévio
do trabalho do grupo não fez nenhuma diferença.
Neste
trabalho, Biscaia se une aos
quadrinistas José Aguiar e DW Ribatski. O resultado é uma HQ de
visual único, que acertadamente utiliza apenas as cores preto, branco e
vermelho para contar histórias que têm uma ambientação noir, com garotas
sensuais e nada bobas, monstros clássicos como um zumbi, assassinos saídos
diretamente das lendas urbanas brasucas como o Homem do Saco, super-heróis ao
estilo Marvel e muito mais.
Como
eu disse, as histórias são bem sanguinolentas, mas os eventos são tão insanos
que acabam se tornando engraçados, como nos melhores exemplares de 'terrir'.
Por exemplo, na primeira trama temos um zumbi
apaixonado – o que por si só já é cômico – mas o que surpreende é a
namorada que ele arranja (uma garota que consegue ser mais estranha e repulsiva
que ele e que ainda tem umas preferências sexuais... digamos... peculiares).
Já em ‘Corra, cataléptico, corra’, um
vendedor de seguros que sofre de catalepsia acorda no necrotério e corre contra
o tempo para salvar da cadeira elétrica um inocente que foi condenado por sua
causa. ‘Ursula unchained’ mostra em
cada quadro um detalhe, como closes de uma câmera, gerando fragmentos que devem
ser unidos pelo leitor para formar a imagem total, e conta a história de um
fã que sequestra uma atriz pornô que admira e a trata como se ela fosse uma das
personagens que interpretou – o que ele não fazia ideia é que ela não poderia
ser mais diferente das moças que havia encarnado nas telas.
Enfim,
indico muito para quem procura uma HQ diferente que consegue, ao mesmo tempo,
criar tensão, causar repugnância e fazer rir.
Nota:
4/5
Assista ao teaser!
2 comentários:
Oi Michelle.
Vou procurar essa pra ler.
Deixo uma dica de uma HQ que li e gostei muito: O Rei Amarelo.
Nice,
Eu tenho o livro de O rei amarelo aqui para ler. Bom saber que existe uma HQ também :)
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