sábado, 5 de novembro de 2016

[Do fundo do baú] E o tema é... Graphic MSP

Oi, gente!

Já faz um tempinho que decidi trazer para cá textos que escrevi em outros cantos. Como publiquei recentemente a resenha de "Penadinho - Vida", vou começar resgatando um post que fiz para o ConversaCult sobre os três primeiros volumes da série Graphic MSP: "Turma da Mônica - Laços", "Chico Bento – Pavor Espaciar” "Astronauta – Magnetar".
[post editado - veja AQUI o post original, publicado em 03/02/2014]

O primeiro volume que li foi aquele que mais chamou minha atenção e que se tornou o meu favorito entre os três. “Turma da Mônica – Laços” me conquistou com sua história de amizade e superação na qual Cebolinha, Mônica, Magali e Cascão se unem para procurar Floquinho, o cachorro verde e estranho do Cebola. Além desses quatro personagens serem os meus favoritos, a aventura da turminha me deixou nostálgica, trazendo lembranças agradáveis de quando eu brincava na rua com meus amigos, e o sumiço do cãozinho foi responsável por aquela sensação angustiante e triste que todos que já tiveram um grande amigo de estimação sabem bem como é.

As ilustrações delicadas (principalmente aquelas da fase de bebês dos personagens – a cargo de Lu Cafaggi) me agradaram logo de cara e o visual de foto antiga do miolo da história casou perfeitamente com o clima de memórias de infância evocado pela história. Uma característica de todos os livros dessa coleção que vale a pena mencionar é a biografia dos personagens de MS que consta nas páginas finais, juntamente com as suas primeiras aparições na mídia (geralmente em tiras de jornais), bem como a biografia dos artistas convidados.


Minha segunda incursão pelo universo da Graphic MSP se deu em “Chico Bento – Pavor Espaciar”. O garoto caipira sempre teve um lugarzinho especial no meu coração. Suas histórias conseguem me arrancar risos, seja pela graça involuntária de sua ingenuidade, seja pelas maluquices que ele apronta ao lado do primo Zé Lelé e de seu porquinho fofo. E ainda tem o lance de ler com sotaque, né? Adoro! Colocar o personagem frente a frente com extraterrestres foi uma grande sacada.


Das três histórias, esta é a que tem menos texto. A força está mesmo nos traços, nas expressões faciais dos personagens, nas situações inusitadas (até o Michael Jackson faz uma ponta!), nos objetos escondidos nas cenas. Só achei que o desfecho é apressado demais. Tive a impressão de que o ritmo foi acelerado no final para que o número máximo de páginas não fosse ultrapassado. Enfim... achei divertida, mas gostaria que tivesse sido mais bem desenvolvida.


Por fim, li o primeiro volume da série. Isso foi intencional porque nunca fui muito fã das histórias do Astronauta. Sei lá. Essa coisa de exploração do espaço sideral, de viagem pelo desconhecido nunca me atraiu. E as histórias do personagem sempre tiveram um tom mais filosófico, reflexivo. Isso, obviamente, não é lá muito atraente para crianças (ou pelo menos não era para mim). O fato é que resolvi dar uma chance a um personagem ao qual nunca havia prestado atenção e me deparei com uma história muito bonita, tanto visualmente quanto metaforicamente.

“Astronauta – Magnetar” fala sobre nossos antepassados e como eles costumavam ver e fazer as coisas. Fala ainda sobre escolhas (sempre difíceis), sobre o medo de errar, sobre amor, sobre solidão, sobre seguir seus sonhos. Tudo isso em meio a estrelas, planetas distantes, asteroides. Quem gostou de “Gravidade” com certeza vai adorar esta graphic novel. E, neste volume, além do material extra incluído nas páginas finais, há também um glossário de termos de astrofísica, fruto da pesquisa do artista que serve de guia para o leitor, embora, como o próprio Danilo Beyruth deixa claro, haja algumas "liberdades poéticas".

Adorei reencontrar personagens queridos nesse novo formato e aguardo ansiosamente o lançamento dos outros volumes. Que cheguem rápido às prateleiras!

Notas:
Turma da Mônica - Laços: 4/5
Chico Bento - Pavor Espaciar: 3/5
Astronauta - Magnetar: 3/5

2 comentários:

Lígia disse...

Por enquanto só li duas Graphic MSPs, Laços e Vida. Gostei das duas, mas, assim como você sentiu na do Chico Bento, acho que a padronização do número de páginas atrapalha um pouco no desenvolvimento das histórias.

Michelle disse...

Lígia,
Chato quando isso acontece, né? Em Laços e Vida isso não me incomodou, felizmente.