Hoje
resolvi falar de alguns filmes dirigidos por mulheres que vi este ano, mas que
por algum motivo acabei não resenhando aqui. Vou fazer esse resgate em dois
posts com 5 filmes cada. Nesta primeira parte, falo de “As praias de Agnès”, “The invitation”, “Contos iranianos”, “As
patricinhas de Beverly Hills” e “Hollow
Creek”.
Filme #31: As praias de Agnès (Agnès Varda)
Agnès Varda é uma fotógrafa e diretora
belga com um extenso currículo, sendo uma das precursoras da nouvelle vague francesa. Seus trabalhos
têm como foco o social e o feminismo. Neste autodocumentário, ela fala de sua
vida pessoal e carreira de modo muito livre e despretensioso, como uma velha
amiga contando histórias e revisitando o baú de memórias. Apesar de saber da
importância de Agnès no meio cinematográfico, ainda não conheço suas obras.
Assisti ao documentário por acaso e fiquei encantada com sua trajetória e com
seu jeito autêntico. Já separei aqui alguns filmes da cineasta que pretendo
assistir para o projeto. Acho que ter conhecido a artista antes da obra vai me
ajudar a entender melhor suas criações.
Nota:
4/5
Filme #32: The invitation (Karyn Kusama)
Um
casal passa pela difícil experiência de perder um filho, e o relacionamento
deles não sobrevive ao baque. Dois anos depois, a esposa, agora com um novo
marido, convida o ex e alguns amigos para um jantar. Mas a mulher está mudada,
agindo de forma estranha. Dois convidados são novos no grupo e também parecem
esquisitos. Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo e o desenrolar da trama
é bem lento, o que potencializa a tensão. O final me surpreendeu de certa
forma, mas eu tinha expectativas diferentes, então acabou sendo meio
frustrante. Mesmo assim, recomendo o filme. A diretora já apareceu no
#vejamaismulheres com “Boa de Briga”.
Nota:
3/5
Filme #33: Contos iranianos (Rakhshan
Bani-Etemad)
Histórias
de várias pessoas que se cruzam em algum momento. Os personagens enfrentam
problemas do cotidiano, como indivíduos ou grupo, e nós acompanhamos suas
tentativas de transpor esses obstáculos. O destaque é o papel das mulheres, mostrando seu
protagonismo na defesa de maridos desempregados, dando um basta à violência
doméstica, lutando contra o vício em drogas e tomando o destino em suas mãos –
mesmo que para isso tenham que enfrentar os olhares de reprovação de muita
gente. Como todo filme episódico, acaba tendo um resultado irregular, mas vale
conferir o trabalho dessa diretora e roteirista iraniana, conhecida como a
“Primeira Dama do Cinema Iraniano" - o que atesta sua importância não só
como artista, mas também como figura relevante no aspecto político e social.
Nota:
3/5
Filme #34: As patricinhas de Beverly Hills
(Amy Heckerling)
Revi
esse clássico dos anos 90 este ano para um clube de leitura+sessão de cinema e
descobri que essa adaptação livremente inspirada em "Emma" é muito mais fiel aos conflitos do livro de Jane
Austen do que eu imaginava. Que atire uma pedra quem nunca desejou aquele
closet modernésimo da Alicia Silverstone ou nunca usou algum item do visual das
Patricinhas na adolescência. A trilha sonora é um ponto positivo. E as críticas
da história continuam sendo atuais: a necessidade de ter um par romântico, o
estereótipo de bonita e burra, a imposição de um modelo de beleza/comportamento
a todo custo. A diretora tem em seu currículo os filmes da franquia "Olhe quem está falando",
"Férias frustradas II" e episódios das séries "The Office" (versão americana), “Gossip Girl” e “Suburgatory”.
Nota:
3/5
Filme #35: Hollow Creek (Guisela Moro)
Um
escritor de histórias de terror com bloqueio criativo vai com a amante,
Angelica, passar uns dias em um chalé isolado. Na região, várias crianças
estavam desaparecidas, e, um dia, Angelica vai até o centro da
cidade e acha ter visto um dos garotos procurados no banco traseiro de um
carro. Ela tenta avisar a polícia e o companheiro, mas o sinal de celular é péssimo
e ela segue o veículo suspeito - acaba se tornando mais uma vítima. O amante,
por sua vez, vira suspeito e passa por um verdadeiro calvário para provar que
não matou Angelica e para continuar a investigação por conta própria. Esse eu
vi para o especial do #MesDoArrepio porque é classificado como terror, mas está mais para suspense. Achei que os clichês do gênero são bem
utilizados, mas que, se a cineasta tivesse optado desde início pelo suspense em
vez de tentar inserir elementos sobrenaturais, o resultado teria sido melhor. Guisela Moro é uma atriz e diretora
nascida na Argentina. “Hollow Creek”
é seu primeiro longa.
Nota:
3/5
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Este post faz parte do projeto Veja Mais Mulheres, criado pela Cláudia Oliveira. Para ver o post de apresentação que inclui minha lista de filmes e os links para as respectivas postagens, clique AQUI.
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