domingo, 5 de dezembro de 2021

Resenha: 11 dias


Três anos após o surgimento da Síndrome da Insônia Permanente (SIP), pouco se sabe sobre ela – a única certeza é que acomete apenas os jovens. Depois de infectada, uma pessoa passa onze dias sem dormir, ficando cada vez mais descontrolada nesse processo, e os parentes passam a ser os responsáveis por conter os doentes. Ninguém sabe ao certo como a doença se espalha, os países se empenham em encontrar a cura, um toque de recolher é instaurado. Como se isso não bastasse, os infectados começam a sumir. Há rumores de que o governo está por trás dos desaparecimentos. Nesse ambiente caótico e de medo, as pessoas tentam seguir com suas vidas. Amigos que têm uma banda de rock driblam algumas regras para se encontrar na casa de um deles e continuar tocando a fim de manter a sanidade. Quando a vocalista contrai a síndrome e é levada junto com o namorado pelos encapuzados, os demais membros do grupo correm contra o relógio para tentar descobrir o que está acontecendo de fato.

Ler sobre síndromes globais, desinformação, jogos de poder e governos que usam os próprios conterrâneos como cobaias para atingir objetivos pessoais durante uma pandemia que já dura quase dois anos é estranho. Era melhor quando isso acontecia apenas na ficção. Independente dessa sensação esquisita, essa HQ argentina é excelente e, apesar das poucas páginas, consegue criar uma trama envolvente que conta com personagens carismáticos. Gostei muito da arte também. É o terror do cotidiano, mas também é uma história sobre amor e liberdade. Bem bacana.

Nota: 5/5



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