quarta-feira, 13 de julho de 2011

Discos que Ouvi Até Gastar: Guns N' Roses - Appetite for Destruction

Hoje é o Dia Mundial do Rock!


Para celebrar, decidi tomar vergonha na cara e fazer um post que venho adiando há um bom tempo. Inauguro hoje a seção Discos que Ouvi Até Gastar, trazendo sempre um disco que morava no meu aparelho de som.

Para começar em grande estilo, o disco que me fez começar a gostar de rock, que me mostrou um mundo novo, que serviu de base para meu gosto musical e que, de alguma forma, fez de mim o que eu sou: Guns N' Roses - Appetite for Destruction.


Sim, minha gente... muito antes de ser a piada que se tornou atualmente e mesmo antes de ser “a banda mais perigosa do planeta” (me lembro que eles disputavam o título com o Metallica) na época do álbum duplo Use Your Illusion, GNR foi uma das primeiras bandas de rock que ouvi e, com certeza, a primeira que me fez querer ouvir mais e mais, lá nos idos dos anos 80, quando eu tinha uns 11 ou 12 anos. Um amigo me emprestou uma fita K7 (sim... muuuuito antes dos CDs e mp3), eu levei pra casa, escutei e pensei "Caramba! Que banda é essa? Que som é esse? Que diabos eles estão falando?". Providenciei uma cópia da fitinha e mais tarde acabei comprando uma original que, literalmente, gastei de tanto ouvir. A coitada acabou desenrolando várias vezes de tão gasta....

Appetite for Destruction marcou uma era, a começar por sua capa nem um pouco sutil, que acabou sendo proibida e ganhou novas versões em vários países. Suas faixas são um passeio. Este é um daqueles discos que você ouve inteiro, sem pular nenhuma música, reconhecendo cada uma delas já nos primeiros acordes. Aliás, é isso o que torna essas músicas clássicos inconfundíveis. Que atire a primeira pedra quem nunca cantarolou involuntariamente Sweet Child O’Mine ou ficou com a música na cabeça após ouvir os acordes iniciais.

Mas GNR era muito mais que isso. Além das baladas românticas e riffs inconfundíveis, o Guns era mestre na arte da ofensa. Mantendo a fama de mau e pondo em prática a tríade "sexo, drogas e rock n' roll", o Guns vivia metido em confusão na vida real e, em muitas de suas músicas, usava com desenvoltura uma vasta lista de palavrões, xingamentos e palavras ofensivas. Devo a eles minha iniciação no mundo superdidático das palavras proibidas nos cursinhos de inglês. Lembrem-se, era uma época em que não havia internet e em que o acesso às letras de música se dava pelos folhetinhos de letras traduzidas do Fisk (ainda existe isso?) ou revistas especializadas. Como obviamente os palavrões ficavam de fora dos folhetinhos do Fisk, eu gastava uma boa grana em revistas de letras de música que, agora eu percebo, traziam umas traduções bem ruins, mas era o que se podia arranjar. E o Guns era uma ótima fonte de vocabulário de baixo calão, afinal, que outra banda poderia me oferecer diversos sinônimos para drogas, prostitutas e bebidas (além de outros termos mais chulos)?

E é por isso que neste Dia Mundial do Rock eu gostaria de agradecer ao Guns N’ Roses por ter guiado meus primeiros passos pelo mundo do rock, por ter criado baladas que me faziam acreditar no amor, por ter me apresentado o lado mais barra pesada da vida e por ter permitido que eu ampliasse meus conhecimentos linguísticos, por permitir que eu desse vazão à rebeldia adolescente e, principalmente, por criar pérolas do rock que ainda hoje carrego comigo no mp3 e que alegram meus dias, embora tragam uma certa nostalgia...

2 comentários:

Sarah disse...

Amooooo Guns até hoje. E assino embaixo de tudo que vc escreveu! Tb aprendi mta coisa, inclusive a curtir rock. Li uma boigrafia deles em inglês e meu vocabulário trash-chulo-palavrãozístico foi nas nuvens!! Muito bom, ouço até hoje.
bjos!

Art by Lu disse...

Hahaha, tbm sou da época da fita K7 =P