segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dica de Livro: Quase Noite (Alice Sebold)

Descobri o livro meio por acaso, dando uma busca nos livros disponíveis para troca no site do Trocando Livros. Tenho que confessar que a primeira coisa que chamou minha atenção foi a capa, aliada a um nome interessante: Quase Noite. O nome da autora também não me era estranho... Cliquei para ver a sinopse: “Um assassinato declarado nas primeiras páginas e uma trama que mescla presente e passado mostram todo o sofrimento, os conflitos e as desilusões de Helen, uma mulher capaz de dar fim à vida da própria mãe. Uma narrativa que trata com sagacidade um tema sombrio e delicado, que guarda segredos e dramas capazes de se transformar em terríveis tragédias.”



Uma rápida pesquisa no Google me levou à página da Isto É sobre o livro, que me fez ligar o nome à pessoa: Alice Sebold escreveu também "Uma Vida Interrompida", que eu li há um tempão e adorei, muito antes de ser transformado em filme por Peter Jackson. Eu não tinha mais dúvidas de que precisava ler essa nova história...

Comecei a ler “Quase noite” segunda-feira passada e não consegui mais desgrudar. Devorei as 291 páginas do livro, sem esforço, em uma semana. Como se libertar de uma história que começa assim: “No final das contas, matar minha mãe foi bem fácil. A demência, conforme desponta, tem o poder de revelar o âmago da pessoa afetada. O âmago de mamãe era podre como a água fétida de um vaso de flores mortas. Ela era bela quando meu pai a conheceu e ainda capaz de amar quando eu, filha temporã, nasci. Mas, naquele dia, ao me encarar com seus olhos vidrados, nada disso importava mais.”?

Helen, a protagonista, começa assim sua narrativa e nos arrasta para o furacão de sentimentos que ela guarda em si mesma, provocando no leitor uma confusão de sensações não menos intensas do que aquelas narradas por Helen. Amor e ódio se misturam e fica difícil perceber quando um sentimento termina e o outro começa. É quase impossível distinguir o que é admiração e dedicação do abuso e da doença, onde começa e onde termina a vida de Helen e de sua mãe.

No período das 48 horas após o assassinato, acompanhamos a protagonista descer ao inferno e voltar à superfície inúmeras vezes, mergulhando nas recordações e sendo trazida de volta à realidade. Helen tenta o tempo todo fazer as pazes com o passado e resolver questões de ordem prática do tipo o que dizer a polícia ou o que fazer com o corpo.

Por isso, recomendo a você se sente num lugar confortável, respire fundo e entre de cabeça no turbilhão que é a vida de Helen. Passatempo de primeira!

Um comentário:

Nice disse...

Adorei a dica do site Trocando Livros...já tô colocando meus livros lá.
Beijos