sexta-feira, 18 de abril de 2014

Dose Dupla: A Fantástica Fábrica de Chocolate / Charlie e o Grande Elevador de Vidro

Oi, gente!


Aproveitando que no domingo é Páscoa (e eu queria fazer um post relacionado a chocolate) e que hoje é o Dia Nacional do Livro Infantil, uni o útil ao agradável e escolhi “A Fantástica Fábrica de Chocolate” para resenhar. De quebra, resolvi falar também da continuação da aventura, o pouco conhecido “Charlie e o Grande Elevador de Vidro”.


“A Fantástica Fábrica de Chocolate” é uma história bem popular por aqui. Já ganhou as telas duas vezes: em 1971 e em 2005. Assisti às duas versões, embora não lembre nada da primeira (só a musiquinha grudenta cantada pelos umpa-lumpas) e tenha vagas recordações do filme de Tim Burton (guardei na memória apenas a sensação de medo que o Willy Wonka interpretado por Johnny Depp me causou).

A trama gira em torno de Charlie, garoto de uma família muito pobre formada pelos pais, pelo casal de avôs paternos e pelos avôs maternos. Embora passasse por grandes dificuldades, a família era muito unida e amorosa. Os velhinhos, que ficavam o dia todo na cama, aguardavam ansiosos pela chegada do neto, momento em que se reuniam para contar histórias e conversar sobre o dia a dia.

A comida na casa do Charlie era racionada e não variava nunca. A triste ironia é que eles moravam ao lado da fábrica de chocolate de Willy Wonka e sentiam diariamente o tentador aroma expelido pelas chaminés. Charlie adorava chocolate, mas só podia comer seu doce preferido uma vez por ano, no dia de seu aniversário, quando todos os familiares juntavam suas economias para comprar para ele uma barra de chocolate.

Um dia, o Sr. Wonka, o dono da fábrica, lança uma promoção que daria a cinco crianças e a seus respectivos pais o privilégio de conhecer a fábrica e garantiria a eles um suprimento perpétuo de todo tipo de guloseima fabricada ali. Para isso, bastava encontrar um dos 5 bilhetes dourados escondidos nas barras de chocolate distribuídas pelo mundo todo. Com uma grande ajuda do destino, Charlie acaba sendo um dos escolhidos e vai visitar a fábrica junto com o Vovô José.

O passeio pelo mundo mágico da fábrica criado pelo autor é uma delícia, e as descrições são tão boas que é fácil imaginar as doidas invenções de Wonka, as performances dos minúsculos umpa-lumpas, os rios de chocolates e a grama comestível. Aliás, pelo que me lembro do visual da segunda adaptação, é tudo bem fiel ao livro. Inclusive o terno roxo e as calças verdes do Willy Wonka, seu comportamento apressado e seu jeito meio divertido, meio amedrontador. As crianças teimosas e mimadas das telas também refletem a meninada irritante apresentada no livro.

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A história de “Charlie e o Grande Elevador de Vidro” começa exatamente onde o primeiro livro terminou, com toda a família do garoto dentro do tal elevador, rumando para a fábrica de chocolate. Sinceramente, eu não me lembro do elevador nos filmes – uma grande caixa de vidro dotada de centenas de botões que pode viajar em qualquer direção. Só sei que, no trajeto, os velhinhos discutem com Wonka, ele se distrai e esquece de apertar os botões corretos no momento certo e o elevador acaba ficando em órbita ao redor da Terra.

Coincidentemente, encontram o Hotel Espacial U.S.A., lançado no espaço dois dias antes, mas que ainda estava vazio, aguardando a chegada da Cápsula Transportadora, que levaria os funcionários do hotel. Por sugestão de Wonka, e empolgação de Charlie e do Vovô José (os únicos que estavam sempre dispostos a embarcar nas loucuras de Willy), os passageiros do elevador decidem entrar no hotel para conhecer.

Shaton, Shokant e Shute, os três astronautas que pilotavam a Cápsula Transportadora, percebem a presença de estranhos no hotel e ligam para a base em Houston, que chega à conclusão de que os invasores eram espiões programados para explodir o hotel. Na confusão, o Presidente dos EUA (e sua Vice-Presidente e babá) começa a ligar para vários líderes de nações que tradicionalmente são um problema para os americanos (Rússia, China) para tentar descobrir o que está acontecendo. A revelação é muito mais assustadora do que todos imaginavam e envolve os temidos Cnidos Vermicosos!

Esse segundo livro tem trechos muito engraçados, principalmente em cenas envolvendo o Presidente e sua babá (a pessoa que realmente manda em tudo) e os “inimigos” de outros países. Na segunda parte da história, o foco passa a ser a teimosia dos velhinhos (os substitutos perfeitos das crianças mimadas do primeiro livro) e as manobras de Wonka com as vitaminas que envelhecem e rejuvenescem as pessoas. O dono da fábrica continua com suas maluquices, com a correria e com a audição seletiva. Muito divertido!

Nas duas histórias, Roald Dahl destaca a importância da obediência, da superação do medo e das boas ações. Tudo em meio a cenários incríveis e a uma gostosa mistura de aventura, comédia e toques de suspense. As ilustrações delicadas são mais um ponto positivo. 

Histórias recomendáveis para leitores de qualquer idade.



Roald Dahl é um escritor prolífico e sua produção inclui histórias infantis, romances e contos adultos, roteiros para filmes e programas de TV e peças de teatro. Entre seus trabalhos mais conhecidos, destaco ‘Matilda’ (livro e filme), ‘James e o Pêssego Gigante’ (livro e filme) e ‘O Fantástico Sr. Raposo’ (livro e filme).

4 comentários:

Jacqueline Braga disse...

Oie Mi
que delicia deve ser o livro da Fantástica fábrica de chocolate. Se eu já amei o filme, imagina o livro. Já a continuação eu nem sabia que existia. Fiquei mega curiosa para ler.
Bjos e bom feriadão
www.mybooklit.com

Anônimo disse...

Oi, Michelle! :) Ah, que nostalgia! Ambos os livros são uma delícia... hehe... O Charlie passa por cada aventura mágica... Legal é a criatividade. <3

Também gosto dos outros livros do autor, como "Matilda". :)

Bjs ;)

Lígia disse...

Roald Dahl é muito amor ♥
Li Charlie e o Grande Elevador de Vidro faz um tempão e, lendo sua resenha, percebi que não me lembro de nada da história. Preciso reler. :)

Glaucia Beretta disse...

Nossa, realmente desconhecido, nunca tinha ouvido falar.
Eu, ao contrário de vc, me lembro nitidamente dos filme de 71, não tinha como esquecer depois de tantas vezes assistidos impregnou minha memória. Tem a tal cena do elevador sim, o filme termina com WW, Charlie o avô nele (sem o resto da família). Mas para por aí, nossa que resumo que vc fez, que viagem essa continuação!
Seu blog é uma perdição e muito bem organizado, parabéns! Amei o papel de parede.