Ando
meio sem inspiração/tempo/força física e mental para escrever, embora esteja
fazendo leituras incríveis e assistindo a ótimos filmes. Até achei que
estivesse bem atrasada com o projeto #vejamaismulheres, mas descobri que não.
Só as postagens é que foram deixadas de lado (estou pensando em ir atualizando
pelo Instagram ou pelo Twitter conforme for assistindo...). Mas vou tentar
retomar, nem que seja com um resumo bem básico dos filmes que vi, porque é um
dos projetos que mais gosto de fazer. Enfim, como retomada, trago um post
temático de terror, com 5 histórias sobre bruxas e/ou vampiros dirigidas por mulheres.
The
velvet vampire (1971 – Stephanie Rothman) [Estados Unidos]
Susan
e Lee são casados e, num evento, conhecem a sedutora Diane LeFanu (reparem no
sobrenome que faz referência ao escritor de Carmilla, inspiração máxima de Bram
Stoker para criar Drácula). Rola um certo ciúme por parte de Susan, mas Diane
convida o casal para passar o fim de semana em sua casa, no meio do deserto, e
eles aceitam o convite. No caminho, o carro deles quebra, eles são resgatados
por Diane – que surge toda estilosa num buggy amarelo – e parece que tudo vai
dar certo. Na casa, Susan e Lee têm o mesmo sonho, em que se veem numa cama em
meio às dunas, onde há também um espelho/porta por onde entra Diane e conduz o
cara pela mão para longe da esposa. E daí em diante muita coisa estranha
acontece e o enredo é meio sem pé nem cabeça, mas o filme vale como diversão e
tem um visual bonito. Aliás, sua importância é nítida para a próxima obra desta
lista.
Nota:
3/5
Stephanie
Rothman é uma roteirista, produtora e diretora norte-americana conhecida
por produções de baixo orçamento de exploitation dos anos 60/70. Foi
a primeira mulher a entrar no Sindicato dos Cineastas Americanos (Directors
Guild of America), o que lhe rendeu um convite de Roger Corman, em 1964,
para ser sua assistente. Seu trabalho impressionou tanto o diretor que
ele financiou o primeiro longa solo de Stephanie, It’s a bikini world,
de 1967.
The
love witch (2016 – Anna Biller) [Estados Unidos]
Elaine
é uma jovem bruxa que decide se mudar após a morte do marido. Ela aluga um
quarto num casarão vitoriano em outra cidade e passa a vender produtos
esotéricos para a lojinha local. Mas tudo que ela quer é encontrar um novo
amor. Para isso, ela faz uso de poções e tudo que estiver ao seu alcance.
Infelizmente, seus romances sempre acabam de forma trágica. Embora a história
se passe nos dias atuais, usa a estética dos anos 60/70 (por isso eu disse que
o filme anterior era uma influência fundamental – até as frases do cartaz são
parecidas: Velvet Vampire: “She is waiting to love you... to death”; Love
witch: “She loved men... to death”) e usando o arquétipo de femme fatale/bruxa
para falar do medo que os homens sentem diante de tudo que se relaciona ao
universo feminino e que lhes é totalmente incompreensível e, portanto, uma
ameaça. Pessoa multitalentosa, Anna Biller foi responsável não só pelo roteiro,
direção, produção e montagem do filme, mas também pelo design de produção e
pelo figurino do longa. Se fosse um pouquinho mais curto, seria perfeito.
Nota:
4/5
Anna
Biller é uma roteirista, produtora, diretora, atriz (e o que mais
precisar... hahaha) norte-americana. Seu filme primeiro longa, Viva, é
um musical ambientado nos anos 70. The Love Witch é seu segundo filme e
recebeu vários prêmios, tendo entrado no Top 10 Filmes de Terror de 2016 da
Rolling Stone e nas listas de Melhores Filmes de 2016 da New Yorker e da
Indiewire.
O
beijo do vampiro (Kiss of the damned, 2012 – Alexandra Cassavetes) [EUA]
Paolo
é um roteirista que vai para Connecticut a fim de trabalhar em seu roteiro. Uma
noite, ele conhece a bela Djuna no bar e rola uma atração mútua entre eles. Sem
conseguir tirar a moça da cabeça, ele vai atrás dela dias depois, mas ela lhe
diz que é vampira e que eles não podem ficar juntos. Ele não bota fé, é claro,
mas ela faz uma demonstração. Apaixonado, ele não se importa em entrar naquele
mundo. Eles vivem felizes em seu relacionamento, até a chegada da irmã mais
nova de Djuna, que acha ridículo o casal tentar viver como meros mortais e
desestabiliza não só a relação deles, como todo o delicado universo dos
vampiros locais que tentavam viver em paz com os humanos. A história é OK, mas
destaco a ambientação e o visual. Ah, sim, tem o Milo Ventimiglia sendo o
canastrão de sempre, mas embeleza ainda mais a produção.
Nota:
3/5
Alexandra
(Xan) Cassavetes é uma atriz, roteirista e diretora norte-americana que
tem no currículo 1 curta, 1 documentário para a TV e o longa em questão. Kiss
of the damned foi lançado no SXSW Film Festival em 2013 e ganhou o prêmio de
Melhor Filme Estrangeiro no Strasbourg European Fantastic Film Festival do
mesmo ano.
Quando
chega a escuridão (Near dark, 1987 – Kathryn Bigelow) [Estados
Unidos]
Uma
noite, Caleb conhece Mae. Ele usa todo seu poder de pavão para se exibir para a
moça na tentativa de conquistá-la. E consegue. Só não percebe que ele era a presa, não o predador. Mae é uma vampira que acaba transformando Caleb em mais um membro do
bando. Embora Caleb esteja realmente apaixonado por Mae, ele sofre para se
adaptar às novas regras de sua vida, e não consegue caçar suas próprias
vítimas, o que acaba gerando tensão no clã. Quando o pai e a irmãzinha de
Caleb, que investigavam seu desaparecimento, o localizam, ele tem que escolher
a qual família pertence. O filme é incrível, tanto visualmente quanto pela
história (que, sim, é romântica). É um dos grandes exemplares do gênero,
infelizmente subestimado por ter dado o azar de estrear no mesmo fim de semana
que Garotos Perdidos, outro clássico vampiresco dos anos 80. Vale muito
a pena conferir essa joia. E o material extra que vem na caixa Vampiros do Cinema também é ótimo.
Nota:
4/5
Kathryn
Bigelow é uma produtora, roteirista e diretora americana formada em belas
artes e posteriormente em
cinema. Codirigiu seu primeiro longa, The Loveless, em
1984, ao lado de Monty Montgomery. Quando chega a escuridão foi seu
segundo trabalho na direção, desta vez solo. Tem 12 filmes no currículo, além
de curtas e videoclipes. Foi a primeira mulher a ganhar um Oscar de Melhor
Diretor e também um BAFTA de Melhor Diretor.
Vem
morder comigo (Blood & donuts, 1995 – Holly Dale) [Canadá]
Boya
é um vampiro que estava adormecido desde os anos 60 e é acordado por uma bola
de golfe trinta e tantos anos depois. Meio desorientado nessa nova época, ele
tenta se adaptar e controlar seus instintos de predador. Um dia, ele conhece a
atendente de uma loja de donuts e se apaixona por ela. Só que a antiga amada
descobre que ele está de volta e decide ir atrás dele para tirar satisfação por
tê-la abandonado. Além do rolo sentimental, ele ainda se vê envolvido com
gângsteres ao ajudar o taxista que se transformou em seu único amigo. Bem, a
história é bizarra e confusa, o taxista é uma versão pobre do Travis de Taxi
Driver e o vampiro usa uma peruca medonha que o deixa parecido com o
vocalista do Massacration. Mas ainda assim é divertido. E tem a participação do
David Cronenberg como chefão dos gânsteres. Na pior das hipóteses, você aprende
a fazer um desfibrilador caseiro com bateria de carro... hahaha.
Nota:
3/5
Holly
Dale é uma produtora, roteirista, montadora e diretora canadense com um
vasto currículo que inclui inúmeros comerciais, pilotos, séries de TV (tais
como Dexter, Cold Case, Grimm, Castle, NCIS, Reign, etc), documentários e o
longa Blood & Donuts.
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