segunda-feira, 25 de junho de 2018

Veja Mais Mulheres: Filmes #7-11



Ando meio sem inspiração/tempo/força física e mental para escrever, embora esteja fazendo leituras incríveis e assistindo a ótimos filmes. Até achei que estivesse bem atrasada com o projeto #vejamaismulheres, mas descobri que não. Só as postagens é que foram deixadas de lado (estou pensando em ir atualizando pelo Instagram ou pelo Twitter conforme for assistindo...). Mas vou tentar retomar, nem que seja com um resumo bem básico dos filmes que vi, porque é um dos projetos que mais gosto de fazer. Enfim, como retomada, trago um post temático de terror, com 5 histórias sobre bruxas e/ou vampiros dirigidas por mulheres.

The velvet vampire (1971 – Stephanie Rothman) [Estados Unidos]
Susan e Lee são casados e, num evento, conhecem a sedutora Diane LeFanu (reparem no sobrenome que faz referência ao escritor de Carmilla, inspiração máxima de Bram Stoker para criar Drácula). Rola um certo ciúme por parte de Susan, mas Diane convida o casal para passar o fim de semana em sua casa, no meio do deserto, e eles aceitam o convite. No caminho, o carro deles quebra, eles são resgatados por Diane – que surge toda estilosa num buggy amarelo – e parece que tudo vai dar certo. Na casa, Susan e Lee têm o mesmo sonho, em que se veem numa cama em meio às dunas, onde há também um espelho/porta por onde entra Diane e conduz o cara pela mão para longe da esposa. E daí em diante muita coisa estranha acontece e o enredo é meio sem pé nem cabeça, mas o filme vale como diversão e tem um visual bonito. Aliás, sua importância é nítida para a próxima obra desta lista.
Nota: 3/5
Stephanie Rothman é uma roteirista, produtora e diretora norte-americana conhecida por produções de baixo orçamento de exploitation dos anos 60/70. Foi a primeira mulher a entrar no Sindicato dos Cineastas Americanos (Directors Guild of America), o que lhe rendeu um convite de Roger Corman, em 1964, para ser sua assistente. Seu trabalho impressionou tanto o diretor que ele financiou o primeiro longa solo de Stephanie, It’s a bikini world, de 1967.

The love witch (2016 – Anna Biller) [Estados Unidos]
Elaine é uma jovem bruxa que decide se mudar após a morte do marido. Ela aluga um quarto num casarão vitoriano em outra cidade e passa a vender produtos esotéricos para a lojinha local. Mas tudo que ela quer é encontrar um novo amor. Para isso, ela faz uso de poções e tudo que estiver ao seu alcance. Infelizmente, seus romances sempre acabam de forma trágica. Embora a história se passe nos dias atuais, usa a estética dos anos 60/70 (por isso eu disse que o filme anterior era uma influência fundamental – até as frases do cartaz são parecidas: Velvet Vampire: “She is waiting to love you... to death”; Love witch: “She loved men... to death”) e usando o arquétipo de femme fatale/bruxa para falar do medo que os homens sentem diante de tudo que se relaciona ao universo feminino e que lhes é totalmente incompreensível e, portanto, uma ameaça. Pessoa multitalentosa, Anna Biller foi responsável não só pelo roteiro, direção, produção e montagem do filme, mas também pelo design de produção e pelo figurino do longa. Se fosse um pouquinho mais curto, seria perfeito.
Nota: 4/5
Anna Biller é uma roteirista, produtora, diretora, atriz (e o que mais precisar... hahaha) norte-americana. Seu filme primeiro longa, Viva, é um musical ambientado nos anos 70. The Love Witch é seu segundo filme e recebeu vários prêmios, tendo entrado no Top 10 Filmes de Terror de 2016 da Rolling Stone e nas listas de Melhores Filmes de 2016 da New Yorker e da Indiewire.

O beijo do vampiro (Kiss of the damned, 2012 – Alexandra Cassavetes) [EUA]
Paolo é um roteirista que vai para Connecticut a fim de trabalhar em seu roteiro. Uma noite, ele conhece a bela Djuna no bar e rola uma atração mútua entre eles. Sem conseguir tirar a moça da cabeça, ele vai atrás dela dias depois, mas ela lhe diz que é vampira e que eles não podem ficar juntos. Ele não bota fé, é claro, mas ela faz uma demonstração. Apaixonado, ele não se importa em entrar naquele mundo. Eles vivem felizes em seu relacionamento, até a chegada da irmã mais nova de Djuna, que acha ridículo o casal tentar viver como meros mortais e desestabiliza não só a relação deles, como todo o delicado universo dos vampiros locais que tentavam viver em paz com os humanos. A história é OK, mas destaco a ambientação e o visual. Ah, sim, tem o Milo Ventimiglia sendo o canastrão de sempre, mas embeleza ainda mais a produção.
Nota: 3/5
Alexandra (Xan) Cassavetes é uma atriz, roteirista e diretora norte-americana que tem no currículo 1 curta, 1 documentário para a TV e o longa em questão. Kiss of the damned foi lançado no SXSW Film Festival em 2013 e ganhou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Strasbourg European Fantastic Film Festival do mesmo ano.

Quando chega a escuridão (Near dark, 1987 – Kathryn Bigelow) [Estados Unidos]
Uma noite, Caleb conhece Mae. Ele usa todo seu poder de pavão para se exibir para a moça na tentativa de conquistá-la. E consegue. Só não percebe que ele era a presa, não o predador. Mae é uma vampira que acaba transformando Caleb em mais um membro do bando. Embora Caleb esteja realmente apaixonado por Mae, ele sofre para se adaptar às novas regras de sua vida, e não consegue caçar suas próprias vítimas, o que acaba gerando tensão no clã. Quando o pai e a irmãzinha de Caleb, que investigavam seu desaparecimento, o localizam, ele tem que escolher a qual família pertence. O filme é incrível, tanto visualmente quanto pela história (que, sim, é romântica). É um dos grandes exemplares do gênero, infelizmente subestimado por ter dado o azar de estrear no mesmo fim de semana que Garotos Perdidos, outro clássico vampiresco dos anos 80. Vale muito a pena conferir essa joia. E o material extra que vem na caixa Vampiros do Cinema também é ótimo.
Nota: 4/5
Kathryn Bigelow é uma produtora, roteirista e diretora americana formada em belas artes e posteriormente em cinema. Codirigiu seu primeiro longa, The Loveless, em 1984, ao lado de Monty Montgomery. Quando chega a escuridão foi seu segundo trabalho na direção, desta vez solo. Tem 12 filmes no currículo, além de curtas e videoclipes. Foi a primeira mulher a ganhar um Oscar de Melhor Diretor e também um BAFTA de Melhor Diretor.

Vem morder comigo (Blood & donuts, 1995 – Holly Dale) [Canadá]
Boya é um vampiro que estava adormecido desde os anos 60 e é acordado por uma bola de golfe trinta e tantos anos depois. Meio desorientado nessa nova época, ele tenta se adaptar e controlar seus instintos de predador. Um dia, ele conhece a atendente de uma loja de donuts e se apaixona por ela. Só que a antiga amada descobre que ele está de volta e decide ir atrás dele para tirar satisfação por tê-la abandonado. Além do rolo sentimental, ele ainda se vê envolvido com gângsteres ao ajudar o taxista que se transformou em seu único amigo. Bem, a história é bizarra e confusa, o taxista é uma versão pobre do Travis de Taxi Driver e o vampiro usa uma peruca medonha que o deixa parecido com o vocalista do Massacration. Mas ainda assim é divertido. E tem a participação do David Cronenberg como chefão dos gânsteres. Na pior das hipóteses, você aprende a fazer um desfibrilador caseiro com bateria de carro... hahaha.
Nota: 3/5
Holly Dale é uma produtora, roteirista, montadora e diretora canadense com um vasto currículo que inclui inúmeros comerciais, pilotos, séries de TV (tais como Dexter, Cold Case, Grimm, Castle, NCIS, Reign, etc), documentários e o longa Blood & Donuts.

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Este post faz parte do projeto Veja Mais Mulheres, criado pela Cláudia Oliveira. Para ver o post de apresentação desta terceira edição do projeto, que inclui minha lista de filmes e os links para as respectivas postagens, clique AQUI ou no banner da coluna à direita. Também dá para conferir o post de apresentação e a lista de filmes e links do primeiro ano e do segundo ano do projeto.

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