quarta-feira, 3 de abril de 2013

Filme: Hitchcock



Título Original: Hitchcock
Diretor: Sacha Gervasi
Lançamento no Brasil: 2013
Duração: 98 minutos
País: EUA
Gênero: Drama
Elenco: Anthony Hopkins, Helen Mirren, Scarlett Johansson, Toni Collette, entre outros.



Baseado no livro “Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose”, o filme mostra os desafios enfrentados por Hitch para levar às telas o filme que é um marco em sua carreira e na história do cinema. Além disso, a trama foca no relacionamento entre o diretor e sua esposa, Alma Reville.


Como eu já disse na resenha do livro, "Psicose” foi um filme muito controverso e nenhum estúdio queria se arriscar. Mesmo desacreditado pelos chefões de Hollywood, Hitchcock correu atrás de seu objetivo, reduzindo o orçamento ao filmar em preto e branco, utilizando a mesma equipe que produzia seu programa para a TV, usando, ainda, seu prestígio para atrair atores e atrizes que buscavam reconhecimento e financiando ele mesmo o projeto, dando como garantia sua casa.


O “Hitchcock” que chega aos cinemas mostra de forma bem resumida a história que é detalhada no livro. O diferencial é seu relacionamento com a esposa, que ganha destaque na trama. No filme, podemos entender ainda mais a importância de Alma (interpretada por Helen Mirren) na vida de Hitchcock. Ela era uma mulher forte e independente, uma profissional talentosa que se colocava sempre um passo atrás do esposo para que ele pudesse brilhar. Além disso, ela aceitava as excentricidades do marido, cuidava da saúde dele e ainda aguentava o Hitchcock “engraçadinho” e galanteador, que adorava se exibir para as atrizes com quem trabalhava. Como se vê, uma tarefa nada fácil.


Para mostrar o quanto Alma se sentia desvalorizada e solitária, Sacha Gervasi resolveu adicionar uma pitada de malícia, sugerindo a possibilidade de envolvimento romântico entre Alma e Whitfield Cook (Danny Huston), um antigo colaborador de Hitch que pede ajuda a Alma para refinar o roteiro no qual estava trabalhando. E é esse o ponto que me desagradou. Não sei se essa possível relação existiu mesmo, mas nada disso é mencionado no livro. O fato é que achei desnecessário apelar para esse tipo de situação, essa tentativa boba de despertar o ciúme de Hitchcock. Para mim, ele sempre amou a esposa. Se nem sempre demonstrava isso claramente, talvez fosse simplesmente porque não era essa sua natureza.


Tirando esse ângulo de condições favoráveis à traição, gostei bastante do filme. Anthony Hopkins está sensacional na pele de Hitchcock. A maquiagem não é lá grandes coisas e causa certo estranhamento no início, mas a atuação de Hopkins é tão boa e ele capta tão bem os trejeitos e o modo de falar de Hitch que em pouco tempo eu já não estava mais prestando atenção na maquiagem e realmente via o gorducho diretor encarnado no ator. E achei bem bacana as cenas que mostram Hitchcock sempre espiando pela persiana ou pelo buraco na parede. Mais característico impossível. 


Scarlett Johansson (que dá vida a Janet Leigh) não tem muito tempo em cena, mas conseguiu parecer realmente assustada com as técnicas meio perversas de direção de Hitchcock, comprovando a fama de diretor tirânico com suas musas. São nas cenas que mostram a interação entre Leigh e Hitchcock fora do estúdio que percebemos o quanto Alfred era inseguro, frágil e educado.


Também gostei muito da participação de Toni Collette como Peggy Robertson, a paciente e dedicada assistente pessoal de Hitchcock. Ah... e o filme ainda tem Ralph Macchio, o eterno Daniel Sam, fazendo o papel do roteirista contratado por Hicth para adaptar o livro “Psycho”. Juro que eu tinha lido sobre a participação de Macchio no livro e visto seu nome nos créditos, mas não reconheci o ator. Tive que recorrer à ficha do elenco para saber qual era seu personagem... rs.


Enfim... o filme é bom e um ótimo complemento para o livro. Tem grandes atores e mostra o lado mais pessoal da vida de um dos grandes gênios do cinema. Apesar do meu desgosto com o sugerido love affair de Alma e Whit, recomendo o filme. E achei fofa a cena final de Hitch e Alma, o que prova que realmente era desnecessário usar o recurso da dúvida sobre o amor do casal.


E para quem ainda não sabe, esta é a Semana Hitchcock, com posts diários sobre o universo Hicthcockiano. O post de segunda foi sobre o livro que deu origem ao filme da postagem de hoje; o post de terça trouxe algumas curiosidades sobre Psicose e homenagens de artistas contemporâneos; e o post de amanhã, sobre o que será? Passem por aqui e confiram!


3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, amei esse elenco! O filme já tá na lista pra ser visto. :)

Não sei por que eles precisam sugerir essas coisas como traição, parece que querem fantasiar a vida de uma pessoa... Chega a ser desrespeitoso, né?

Enfim. Tô amando os posts dessa semana!

bjs bjs!

Anônimo disse...

Ahah, mais uma "transmissão de pensamento"! Muito bom este filme, não? Você que é conhecedora do Hitchcock, sugere que eu comece por qual?
bj

Michelle disse...

Raíssa,
Também acho desrespeitoso. A história já é tão interessante, para que ficar inventando coisas desse tipo?

Julia,
Nossa sintonia está forte! Vou passar lá no seu blog para deixar as dicas, OK?