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Na noite de Natal, três sem-teto encontram um bebê abandonado. Gin e Miyuki querem entregar logo a criança à polícia, mas Hana os convence a deixar para o dia seguinte. E assim fazem. Quando nasce o sol eles decidem buscar a mãe da criança para saber o que houve, e, em sua peregrinação pela Tóquio gelada, vão encontrando pessoas dispostas a ajudar e velhos conhecidos que os fazem lembrar do passado e do que os fez ir morar nas ruas.
“Tokyo Godfathers” foi uma grande surpresa para mim. Eu não esperava uma releitura do nascimento de Jesus, com os três sem-teto fazendo as vezes dos reis magos, sendo um deles transgênero. É uma mistura ousada de modernidade e história cristã que se desenrola num país em que o catolicismo não é uma das principais religiões.
E funciona, viu? Graças aos personagens interessantes, que formam uma família não tradicional em que há discussões e divergências, mas sobretudo respeito e amor. O filme tem drama, ação, momentos tocantes e cenas engraçadas, tudo bem equilibrado. E reviravoltas! Mas todos esses pontos positivos não adiantariam nada se no final viesse uma lição de moral – essa coisa de ir atrás da mãe do bebê me deixou apreensiva, achando que a trama poderia descambar para esse caminho, o que felizmente não acontece.
Foi mesmo um filme que me surpreendeu. Recomendo muito.
“Tokyo Godfathers” (2003)
De: Satoshi Kon
Disponível em DVD
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