terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Filmitcho: A Árvore da Vida

Há tanta coisa para postar, estou devendo resenhas do Desafio Literário, quero fazer um post sobre Primeiras Impressões de alguns seriados, tenho indicações musicais para apresentar... mas dia 26 de fevereiro é a cerimônia de premiação do Oscar 2012. Então, criei uma página para acesso rápido a todos os filmes indicados que marcam presença aqui no blog (é só clicar no banner aí na lateral direita) e esta semana tentarei fazer um post por dia com os indicados. Não sei se conseguirei, mas vou tentar. E, dando continuidade à maratona de filmes indicados ao Oscar 2012, decidi encarar “A Árvore da Vida" (The Tree of Life). Já sabendo que não seria um filme fácil, me preparei psicologicamente, respirei fundo e dei o “play” no DVD.

Logo no começo do filme é dito que há dois caminhos possíveis na vida: o da natureza, que satisfaz apenas a si mesmo, ou o da graça, que é universal e aceita o desprezo, o esquecimento, a indiferença. Devemos escolher um deles apenas. No entanto, durante todo o filme, esses dois caminhos frequentemente se cruzam.
A maior parte da história se passa nos anos 50 e envolve o casal formado por Brad Pitt e Jéssica Chastain (que também aparece em "Histórias Cruzadas") e seus três filhos. O único dos meninos a ter fala é o primogênito. Também é o único personagem que tem seu nome revelado: Jack (pelo menos é o único nome de que me lembro). Jack é interpretado quando criança por Hunter McCracken e quando adulto por Sean Penn (que também não abre a boca, tudo o que ele fala é em “off”).

Acompanhamos o nascimento de Jack, seu desenvolvimento, a chegada dos irmãos, o ciúme que ele sente da mãe por ter que dividi-la com os irmãos e também com o pai, a raiva que ele sente do pai, que tenta impor disciplina com maus modos e rispidez e que pega pesado com toda a família (principalmente com Jack), a inveja que ele sente de um dos irmãos mais novos que consegue atenção do pai por ter talento musical. A trancos e barrancos, a vida segue seu curso, mas, com a morte de um dos irmãos, Jack fica ainda mais rebelde e perdido, e esse sentimento de não pertencimento é retratado também em sua vida adulta, quando Sean Penn segue vagando por entre prédios em busca do sentido da vida. Já a mãe, além de perder um filho, perde também a fé, como mostrado em uma cena, em que se dá o seguinte diálogo:

- “Ele [o menino] está nas mãos de Deus agora.”
- “Estava nas mãos de Deus o tempo todo, não?”
Intercalando imagens magníficas do “big bang”, erupções, oceanos, células se multiplicando, dinossauros e paisagens com a trama da família em questão e contando com a trilha sonora para enfatizar as emoções, o diretor Terrence Malick cria uma obra visualmente impecável, cheia de simbolismos, que mistura os caminhos da natureza e da graça, mas que é bem difícil de digerir.

Indicado ao Oscar 2012 nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Terrence Malick) e Melhor Fotografia.

Um comentário:

Dana Martins disse...

a cada vez que eu vejo sobre esse filme sinto mais vontade de ver sobre o que é, mas eu tenho um trauma com o nome dele que me deixa com receio. Eu vi um filme que tinha um nome quase igual e era horrível (mas de dar um tédio e qualquer outro sentimento ruim) e a história não ajuda muito. Acho que eu tenho medo de acontecer outra vez.