O
protagonista do livro é o Senhor Conrad,
mas o conhecemos antes mesmo de virar adulto e passar a ser tratado por tal pronome.
Quando encontramos o personagem pela primeira vez, ele ainda era um garoto de 9
anos que atendia por Daniel e vivia
solitário na casa grande e bem mobiliada de seus pais. Ele era feliz, ou pelo
menos achava que era, até que as condições financeiras da família mudam
drasticamente e eles vão morar em um prédio velho e feio, no centro da cidade.
O que o menino não esperava, no entanto, era encontrar seres mágicos em um
lugar tão decadente...
Daniel
era um garoto inteligente e educado que andava sempre só, pois os pais não
gostavam que ele interagisse com outras crianças. Seus ricos pais compravam
para ele tudo o que havia de mais moderno no quesito brinquedos e aparelhos
eletrônicos, mas toda ostentação não era capaz de dar ao menino o que ele mais
queria: atenção dos pais, amigos com quem brincar, livros que o transportassem
para mundos encantados e o permitissem sonhar. Assim, pouco a pouco e sem
perceber, Daniel foi deixando a imaginação de lado e crescendo antes do tempo -
foi perdendo a magia.
A
mãe de Daniel era a futilidade em pessoa: só se preocupava com a aparência e
com a opinião alheia; o pai só pensava em trabalho, no dinheiro que precisava
ganhar para continuar mantendo o alto padrão de vida a fim de impressionar
colegas e vizinhos. Portanto, Daniel cresceu em um mundo no qual felicidade se
resumia e bens e imagem. Imaginem a surpresa dele quando a família é obrigada a
se mudar para um edifício detonado e, logo na chegada, ele se depara com um
degrau falante!
Durante
o tempo em que mora no prédio antigo, Daniel faz amigos, conhece criaturas
mágicas, reaprende a sonhar... mas nem tudo são alegrias. Muita coisa acontece
entre o resgate da magia por Daniel e o momento em que passa a ser tratado por
‘Senhor’. Todavia, é sua versão idosa que nos faz refletir sobre a importância da
infância e dos sonhos, sobre a necessidade de manter viva a criança dentro de
nós, mesmo depois de virarmos adultos.
Além
do tema, encantador por si só, caí de amores pela forma descontraída da escrita.
Celly Borges conversa diretamente
com o leitor, como se estivesse sentada ao nosso lado, batendo um papo. Isso
sem falar das ilustrações delicadas da Carolina
Mancini, que complementam perfeitamente a narrativa. A história envolvente
de um Peter Pan às avessas foi uma leitura muito gostosa. Pena que acabou
rapidinho...
Para
quem procura um livro capaz de entreter os pequenos e comover os grandinhos.
Mais que recomendado!
2 comentários:
Gosto muito desses livros infanto-juvenis que falam sobre crescimento. Esse vai para a minha lista!
Ah, que bacana! Fiquei com ainda mais vontade de conferir essa história... Espero poder lê-la em breve.
Bjs
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