quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Resenha: Romeu e Julieta


Acho que pouquíssimas pessoas na Terra nunca ouviram falar de “Romeu e Julieta”, o trágico romance dos jovens vindos de duas famílias veronenses que se odeiam. Mesmo já conhecendo todo o enredo, decidi finalmente ler essa que pode não ser uma das grandes obras de Shakespeare, mas que continua atraindo leitores em todo o mundo.

Eu tenho uma memória muito boa para filmes. Consigo me lembrar exatamente das cenas mesmo depois de anos. Isso tem um lado bom e um lado ruim. O bom é que consigo conversar sobre as produções a que assisti mesmo depois de muito tempo; o ruim é que jamais sou surpreendida pelos acontecimentos quando revejo um filme, as caixas de séries de investigação que comprei acabaram encostadas em um canto da estante... Assisti a duas versões de "Romeu e Julieta": a clássica do Franco Zeffirelli, de 68, e a modernosa adaptação do Baz Luhrmann, de 96. Esta última usava o texto exatamente como consta no livro, então tive uma sensação muito estranha de déjà vu durante a leitura.

Como a própria introdução do livro informa, Shakespeare não foi o primeiro a escrever sobre um caso de amor que termina em desgraça, tampouco foi pioneiro em apresentar o uso de poções que simulam a morte como recurso. No entanto, o autor se destaca por mudar o foco das críticas da trama: enquanto as versões anteriores traziam a morte dos amantes como um castigo por terem desobedecido aos pais, a peça do Bardo aponta o dedo para as disputas sangrentas e inúteis entre as famílias, causadoras de toda a tragédia.

O que mais me impressiona em “Romeu e Julieta”, além de as coisas acontecerem muito rápido, é o fato de o padre ser o personagem que mais colaborou para o amor dos jovens. Lógico que ele segue os preceitos cristãos de casá-los primeiros para que pudessem consumar a relação, mas foi bastante corajoso ao contrariar os interesses das poderosas famílias, que já tinham, cada uma, enlaces programados para seus filhos.

O desespero do Sr. Capuleto para casar Julieta logo depois da morte de seu primo também me assombra. Sem contar os absurdos que ele diz para a filha quando ela se recusa a casar. O pior de tudo é que, com certas diferenças de grau e contexto, essa situação ainda é comum em alguns lugares do mundo.

“A virtude é um vício, malgerida;
E o vício, vez por outra, salva a vida”.

Enfim... foi uma leitura com gostinho de releitura, bem rápida e envolvente, mesmo sem surpresas. Recomendo!

Esta leitura foi feita para o projeto “Read More Shakespeare”, da Aline Aimée. Não estou conseguindo ler de acordo com o calendário do projeto, mas aos poucos eu chego lá. O importante é não deixar de ler essas peças incríveis, né?

4 comentários:

Jacqueline Braga disse...

Oie Mi
Quem nunca ouviu falar de Romeu e Julieta certamente pode ser considerado um E.T rs
Eu amo os clássicos de Shakespeare, e apesar de não ser um dos meus livros preferidos dele, é uma história que eu sempre gosto de reler, e foi um dos poucos que eu marquei inteirinho de marca texto rs
bjos
www.mybooklit.com

Anônimo disse...

Sabe que eu nunca li esse livro?
O fato de ser uma peça me desanima, mas ainda pretendo conferir.

Assisti a adaptação de 1968 e gostei muito. A trilha sonora também mexeu comigo.

Já a de 96 não curti. Muito moderna.

Bjs ;)

Lígia disse...

Eu sou o contrário de você, tenho uma memória bem ruinzinha para filmes (e pior ainda para livros), então rever nunca é um grande problema.
Nunca li Romeu e Julieta, só assisti o filme de 96. Tenho uma leve vontade de ler, mas ainda estou meio traumatizada com as obras do Shakespeare devido a uma matéria na faculdade, haha.

Ingrit Tavares disse...

Nunca li nada do Shakespeare! Uma grande vergonha, por sinal. Quero fazer um projeto como o da Aline, mas vai ser pro futuro!