Acho
que pouquíssimas pessoas na Terra nunca ouviram falar de “Romeu e Julieta”, o trágico romance
dos jovens vindos de duas famílias veronenses que se odeiam. Mesmo já
conhecendo todo o enredo, decidi finalmente ler essa que pode não ser uma das
grandes obras de Shakespeare, mas
que continua atraindo leitores em todo o mundo.
Eu
tenho uma memória muito boa para filmes. Consigo me lembrar exatamente das
cenas mesmo depois de anos. Isso tem um lado bom e um lado ruim. O bom é que
consigo conversar sobre as produções a que assisti mesmo depois de muito tempo;
o ruim é que jamais sou surpreendida pelos acontecimentos quando revejo um
filme, as caixas de séries de investigação que comprei acabaram encostadas em
um canto da estante... Assisti a duas versões de "Romeu e Julieta": a
clássica do Franco Zeffirelli, de
68, e a modernosa adaptação do Baz
Luhrmann, de 96. Esta última usava o texto exatamente como consta no livro,
então tive uma sensação muito estranha de déjà
vu durante a leitura.
Como
a própria introdução do livro informa, Shakespeare não foi o primeiro a
escrever sobre um caso de amor que termina em desgraça, tampouco foi pioneiro
em apresentar o uso de poções que simulam a morte como recurso. No entanto, o
autor se destaca por mudar o foco das críticas da trama: enquanto as versões
anteriores traziam a morte dos amantes como um castigo por terem desobedecido
aos pais, a peça do Bardo aponta o dedo para as disputas sangrentas e inúteis
entre as famílias, causadoras de toda a tragédia.
O
que mais me impressiona em “Romeu e Julieta”, além de as coisas acontecerem
muito rápido, é o fato de o padre ser o personagem que mais colaborou para o
amor dos jovens. Lógico que ele segue os preceitos cristãos de casá-los
primeiros para que pudessem consumar a relação, mas foi bastante corajoso ao
contrariar os interesses das poderosas famílias, que já tinham, cada uma,
enlaces programados para seus filhos.
O
desespero do Sr. Capuleto para casar Julieta logo depois da morte de seu primo
também me assombra. Sem contar os absurdos que ele diz para a filha quando ela
se recusa a casar. O pior de tudo é que, com certas diferenças de grau e
contexto, essa situação ainda é comum em alguns lugares do mundo.
“A
virtude é um vício, malgerida;
E o
vício, vez por outra, salva a vida”.
Enfim...
foi uma leitura com gostinho de releitura, bem rápida e envolvente, mesmo sem
surpresas. Recomendo!
Esta
leitura foi feita para o projeto “Read More Shakespeare”, da Aline Aimée. Não estou conseguindo ler de acordo com
o calendário do projeto, mas aos poucos eu chego lá. O importante é não deixar
de ler essas peças incríveis, né?
4 comentários:
Oie Mi
Quem nunca ouviu falar de Romeu e Julieta certamente pode ser considerado um E.T rs
Eu amo os clássicos de Shakespeare, e apesar de não ser um dos meus livros preferidos dele, é uma história que eu sempre gosto de reler, e foi um dos poucos que eu marquei inteirinho de marca texto rs
bjos
www.mybooklit.com
Sabe que eu nunca li esse livro?
O fato de ser uma peça me desanima, mas ainda pretendo conferir.
Assisti a adaptação de 1968 e gostei muito. A trilha sonora também mexeu comigo.
Já a de 96 não curti. Muito moderna.
Bjs ;)
Eu sou o contrário de você, tenho uma memória bem ruinzinha para filmes (e pior ainda para livros), então rever nunca é um grande problema.
Nunca li Romeu e Julieta, só assisti o filme de 96. Tenho uma leve vontade de ler, mas ainda estou meio traumatizada com as obras do Shakespeare devido a uma matéria na faculdade, haha.
Nunca li nada do Shakespeare! Uma grande vergonha, por sinal. Quero fazer um projeto como o da Aline, mas vai ser pro futuro!
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