Uma Vegetariana no Açougue
Tara Austen Weaver
Editora Seoman
248 páginas
“O que significa essa atração do bife para o homem norte-americano? É como a gatária para o gato. E pensar que em todos esses anos eu usei saia curta e pratiquei a arte da paquera, quando eu poderia só ter oferecido uns bifes e pronto...”
[página 43]
Tara Austen é vegetariana desde que nasceu. Vinda de uma família de vegetarianos e criada numa época em que ter essa opção de alimentação era mais comumente associada ao movimento hippie, nunca questionou seus valores. Até agora. Sentindo-se cada vez mais cansada sem ter um motivo aparente, depois de passar em consulta com vários médicos e fazer diversos tipos de exames, ela resolve seguir o conselho de um deles e comer carne pela primeira vez na vida. Será que tudo em que ela acredita está errado?
Nunca tinha ouvido falar deste livro. Um dia, ele estava disponível para troca no Skoob e achei o título e a sinopse interessantes. Como vegetariana, sei que essa escolha não é fácil, conheço os motivos que me levaram a optar por esse tipo de dieta, mas sei que decidir ter esse estilo de vida em certa idade é bem diferente de nunca ter conhecido outra forma de alimentação. Fiquei curiosa para saber como seria ter crescido com outros valores.
Tara teve uma infância completamente diferente da de seus amiguinhos. Além de não deixar os filhos comer carne, sua mãe também lhes proibia de comer açúcar, gordura e qualquer coisa considerada nociva. Enquanto todas as crianças da escola e do bairro enchiam a cara de batata frita, hambúrguer, bolos, refrigerantes, ela comia brotos de alfafa, tofu grelhado, doces sem açúcar... Muito mais saudável, com certeza, mas bem excludente.
O livro é uma espécie de chick-lit com verniz didático. Há os momentos engraçados da saga de Tara nesse mundo recém-descoberto e assustador que envolve sangue, gordura, nervos e cortes específicos. Há também trechos informativos sobre o sistema de criação de animais para consumo, todos os problemas ambientais envolvidos, os malefícios e os benefícios para a saúde, as tradições, a influência da indústria farmacêutica e do agronegócio, etc.
Não é um livro fácil e com propósito de lazer apenas. Narra a história pessoal da autora, suas dúvidas e escolhas e o que ela considera ser o melhor para ela. Na verdade, acho que é essa e mensagem principal: não importa se você decidiu seguir uma dieta vegetariana ou onívora; o essencial é tomar uma atitude consciente. Saber como os alimentos que vão parar no seu prato são produzidos é mais do que necessário, é um direito seu. Exigir informações e políticas claras dos governos e fabricantes não é ser chato, é fazer cumprir esse direito. Pense nisso antes de pegar um produto na prateleira do mercado ou na banca da feira. Recomendo a leitura a todos, vegetarianos ou não.
4 comentários:
Parece bem interessante o livro é sempre muito difícil ver o outro lado ;)
Não conhecia o livro e, pra falar a verdade, também não tenho muita ideia sobre o que é ser vegetariana. Seria até difícil sobreviver na minha família se eu fosse uma.
Mas engraçado é que nesses dias eu ouvi mais sobre ser vegetariano do que nos últimos anos o.õ
Me parece interessante! Também nunca tinha ouvido falar.
Mas, sabe, fiquei aqui pensando sobre esse negócio de, de onde vem a comida que está no meu prato... Acho que se eu pensar muito nisso não vou comer é nada!
Quero dizer, sou carnívora! Bastante! Mas se eu pensar em como o frango ou a vaca são mortos... Eu perco o apetite! Que Hipocresia!
Já tinha lido uma resenha deste livro, aqui no DL... Gostei, deve ser muito interessante. Pena que o mês já acabou, mas vou tentar ler este livro posteriormente.
Bjs!
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