quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

São Paulo 458 Anos: Olhares

E então que ontem foi o aniversário de 458 anos de São Paulo. Milagrosamente a chuva deu uma trégua, então aproveitei o dia para sair e relaxar. Mas venho aqui hoje para parabenizar esta cidade maravilhosa que acolhe a todos, embora nem todos mereçam ou a tratem com o devido respeito.

Fonte: Expresso Urbano
Para comemorar, nada das músicas batidas sobre a cidade como "Sampa" ou "Trem das Onze". Vim mostrar novos olhares sobre a cidade que é também musa inspiradora.

Nos quadrinhos, o centro, com sua miscelânea de personagens e edifícios, é o local mais retratado pelos autores de HQ. Veja algumas comparações dos cenários reais com suas interpretações gráficas:

Imagem de 'Daytripper', de Fábio Moon e Gabriel Bá, que mostra a vista do Edifício Martinelli, no centro de São Paulo

A Estação da Luz pelos traços de Guilherme Fonseca e Reonoir Santos
Estação de metrô Trianon-Masp foi retratada na HQ 'Joquempô', de Rogério Vilela
A matéria completa publicada no G1 está AQUI.

E nada é mais paulistano do que o trânsito caótico.
A cidade é o cenário e o trânsito é personagem em "Não por acaso", filme de 2007. Esse é um dos meus filmes nacionais favoritos e, infelizmente, pouquíssimo divulgado. São várias histórias que se entrelaçam no caos urbano. Uma delas é a de Pedro (Rodrigo Santoro), fabricante de mesas de sinuca que tem uma vida amorosa tão friamente calculada quanto as jogadas de sinuca; a outra envolve Ênio (Leonardo Medeiros), engenheiro de trânsito que comanda o fluxo de carros em São Paulo e que estende sua mania de controle ao que se passa em seu lar. Sem perceber, ambos têm suas vidas regidas pela rigidez e planejamento de seus trabalhos - cidade e cidadãos são um só ser. Os outros personagens do filme farão as tramas de Pedro e Ênio colidirem em algum momento. Mas o mais importante neste filme é prestar atenção nas imagens e nos silêncios. Os pequenos detalhes fazem o filme.

Outra coisa que caracteriza São Paulo e seu trânsito violento são os motoboys. Amados e odiados, são, sem dúvida, essenciais. Um filme que retrata a vida desses herois motorizados é "Os doze trabalhos", lançado em 2006. Atualizando a mitologia dos 12 Trabalhos de Hércules, conta a história de Heracles (Sidney Santiago), recém-saído da Febem que tenta superar seu passado e busca um serviço honesto como motoboy. Para conseguir o emprego, o adolescente tem de realizar doze tarefas cruzando todos os bairros paulistas e suas armadilhas. Além de lidar com situações inusitadas envolvendo clientes, ainda tem que ter jogo de cintura para se livrar dos antigos "amigos" que o colocaram na Febem.
Já o terceiro filme, "O Invasor", é baseado no livro de mesmo nome de Marçal Aquino, foi lançado em 2001, e narra a história de três amigos, companheiros desde os tempos de faculdade de engenharia, que são sócios em uma construtora há mais de 15 anos. Quando um desentendimento na condução dos negócios os coloca em conflito, Estêvão (George Freire), o sócio majoritário, ameaça desfazer a sociedade, já os outros dois sócios, Ivan (Marco Ricca) e Gilberto (Alexandre Borges), acuados, resolvem eliminar o ex-amigo. Para tanto, contratam o matador de aluguel Anísio (Paulo Miklos), mas o bandido tem planos de ascensão social e pouco a pouco invade a vida dos dois amigos, confrontando-os com o processo de violência que desencadearam. Este filme mostra o lado das diferenças sociais da cidade e tipos bem característicos de São Paulo: o mano da periferia, os executivos engravatados, a patricinha que quer bancar  a rebelde. Um clássico contemporâneo!

4 comentários:

Gabi Orlandin disse...

Parabéns a São Paulo! Conheço muito pouco, quase nada dessa cidade, mas gosto dela, só não gosto do trânsito, mas isso é uma característica da cidade mesmo =)
Me interessei especialmente pelo primeiro filme, e realmente nunca tinha ouvido falar em nenhum deles. Gostei quando vc citou que as imagens e os silêncios fazem o filme. Vou assistir quando puder.
Beijos.

Thaís Cavalcante disse...

Acho digno demais quando as pessoas valorizam o local que vive. Aqui no Rio de Janeiro, na sexta-feira foi o aniversário da cidade também, mas tinha muita gente que só sabia que era feriado e esqueceu do quão belo é o local que vive. Infelizmente, ainda não pude conhecer SP e conhecer seu trânsito caótico, os motoboys em uma "passeata", a galeria do Rock, as cidades interioranas que com certeza são lindas e todas as belezas que a cidade reserva.

Adorei as referências que você fez às obras criadas tendo como base Sampa. Acho demais quando os escritores usam a própria cidade para criar.

Ótimo post Mi!

Um beijão,
Pronome Interrogativo.
http://www.pronomeinterrogativo.com

Dana Martins disse...

Eu queria conhecer mais São Paulo, mas eu não faço ideia nem de onde começar. Só fui uma vez praí (rodoviária-metrô-casa de show-carro-camprinas), mas não deu pra ter ideia. O problema é o mesmo do Rio: andar sozinha não rola. Eu não gosto de andar por aqui, que eu conheço um pouco, imagina por aí. HUAH mas eu ainda vou conhecer...

E o que é que fazem com esses filmes que ninguém (de fora) fica sabendo? 3 boas opções de assistir e eu nem fazia ideia de que existia.

Engraçado é que esse último uma vez eu comecei a ler o livro. Sentei na livraria, peguei qualquer um e comecei. Era exatamente esse. HUAH

Anônimo disse...

Ê, parabéns São Paulo! :) Apesar de morar em SP, quase não conheço a cidade, o que é uma pena... Queria ter mais tempo pra poder passear de verdade, sabe, sem me preocupar com o horário. Eu amo o Centro de SP adoro os prédios que tem lá. :) São tão lindos e tão antigos, fico imaginando as várias histórias que eles poderiam me contar.

Assisti "Os 12 Trabalhos", gostei bastante, é muito estranho ver lugares que você conhece em filmes, né? XD

Lindo o post!

bjs bjs!