Como
já postei aqui, estou participando do Desafio 7 Clássicos em 2012. Os dois
primeiros livros lidos e resenhados foram “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e
“O Grande Gatsby”. Eu geralmente faço um “Leia o Livro, Veja o Filme” quando a
história é apresentada nos dois formatos, mas, como eram resenhas do desafio,
achei melhor fazer separado. Para não passar em branco, vou escrever aqui sobre
as duas adaptações cinematográficas. Se quiser ler a resenha e saber mais sobre
as histórias, clique nos respectivos títulos acima. Aqui, só vou fazer
observações sobre os filmes.
O
filme segue basicamente a mesma estrutura do livro, com Brás Cubas
(interpretado por Reginaldo Faria quando adulto e por Petrônio Gontijo quando
jovem) dirigindo-se diretamente ao espectador. Suas intervenções nas cenas e
digressões foram mantidas e bem resolvidas na tela. A falta de iniciativa e de
perspectiva de Brás Cubas são bem exemplificadas, pois grande parte do filme
ele passa sentado à escrivaninha imaginando o que poderia ter feito e o que
gostaria de fazer. Na prática, nada é realizado.
Uma
das cenas mais bacanas é justamente quando ele está sentado em seu canto
imaginando coisas e suas ideias são projetadas na parede na forma de teatro de
sombras. Adorei o uso desse recurso simples, mas muito eficaz. Ainda no campo
de sua imaginação, a parte em que ele cria várias campanhas publicitárias e
slogans para o emplasto que pretendia criar é divertida.
A
forma de falar é uma coisa que me incomoda constantemente em adaptações de
obras clássicas brasileiras. Acho muito forçada e artificial. Lógico que isso
está de acordo com o que era usado na época, mas não consigo gostar. Essa marca
temporal não afeta em nada minha leitura, mas não aprecio seu uso em filmes.
Gostei
muito das interpretações do Reginaldo Faria e do Marcos Caruso (que vive
Quincas Borba, amigo de Brás Cubas) e achei o trabalho de Petrônio Gontijo e
Otávio Müller (que dá vida a Lobo Neves, marido de Virgília) OK, mas a Virgília
apresentada por Viétia Rocha não me convenceu.
No
fim, o filme é mediano. Se adaptar livros geralmente já é um trabalho árduo, a
tarefa se torna muito ingrata quando se trata de Machado de Assis. Para
apreciar toda sua genialidade, só lendo mesmo.
Quanto
a “O Grande Gatsby”, assisti à versão de 1974, cujo roteiro foi elaborado pelo próprio F.
Scott Fitzgerald e Francis Ford
Coppola, sob a direção de Jack Clayton.
É uma adaptação bem fiel ao livro, com algumas frases
idênticas. Das alterações que valem a pena mencionar, somente a forma como Nick
conhece Gatsby é diferente, porém menos divertida que no livro.
A futilidade de Daisy (interpretada por Mia Farrow)
fica evidente em sua primeira aparição e é comprovada ao longo da história. Já
Gatsby foi uma ótima surpresa para mim, pois na minha cabeça ele era um cara
gordo bigodudo, estilo Mário Bros. Beeeem diferente do galã sedutor vivido por
Robert Redford.
Um outro ponto mais bem resolvido no filme do que na
minha imaginação foi a área onde ficava a oficina de Wilson (Scott Wilson). Só vendo
na tela consegui compreender a real desolação do lugar, constantemente sob o
olhar vigilante do outdoor do Dr. T. J Eckleburg. A cena em que Gatsby começa a
espalhar todas as roupas do armário pelo quarto para mostrar o quanto era
bem-sucedido também ficou muito bonita de se ver.
Vale destacar aqui a produção primorosa dos cenários e
o figurino maravilhoso de Ralph Lauren. Adorei também a música e as dancinhas
típicas da época.
A conclusão é que é um bom filme, extremamente fiel ao
original e, talvez por isso, extenso demais. Uma duração menor poderia deixá-lo
mais dinâmico e interessante. Ainda assim, vale dar uma chance.
UPDATE: Para ver a resenha do livro, clique AQUI; para ver a crítica da versão cinematográfica de 2013, clique AQUI.
UPDATE: Para ver a resenha do livro, clique AQUI; para ver a crítica da versão cinematográfica de 2013, clique AQUI.
8 comentários:
O Gatsby Mário Bros foi engraçado! Não sei se porque eu já sabia que o Redford tinha feito ele no cinema, na minha imaginação ele era super bonito, rs. Agora fico pensando que a oficina do Wilson deve ter ficado mais marcante no filme mesmo, deu vontade de ver. =) Beijo!
Eu prefiro assim como vc,ler o livro e depois assistir o filme.
Ainda nao vi o filme do bras cubas, e agora estou querendo muito assistir. Os livros sao sem comentarios,muito bons mesmo.
Beijao.
Eu li o livro ano passado e, de fato, é uma obra-prima.
Tenho vontade de assistir o filme, mas é muito difícil achar a versão de 74 aqui. Eu acho que uma adpatação fiel ao livro é muito melhor. Principalmente qdo há frases idênticas.
Eu tbm imaginava Gatsby mais ou menos como o Mario Bros.
Mas tenho curiosidade de conferir Redford no papel.
Bjs ;)
Não sabia que ambos os livros possuiam uma adaptação.
Vergonha dizer, mas não li nenhum dos dois. Preciso ler mais clássicos.
Mas acho que vou assistir o filme antes, pois a lista de leitura desse ano está imensa.
bjs
Ainda bem que não fui a única a imaginar um Gatsby não-atraente!
Ler as obras é sempre bem diferente de ver as adaptações, mas acho as duas formas válidas. O que importa é conhecer a história, né?
Oi Michelle
Também sigo a ideia leia o livro, veja o filme, nessa ordem, Amo Memórias Póstumas mas nunca vi o filme, acho que deve ser bem difíl mesmo adaptar uma obra tão genial. O Gatsby ainda está na minha lista de não lidos, então estou fugindo das resenhas, estou com muita vontade de ler, antes de ver o filme, claro!
Bju, [Parabéns pelo blog] e boa semana pra vc!
eu li sabendo da adpatação que tá pra sair, então Gatsby pra mim é o Di Caprio e ponto. Porém, não penso nele como sedutor.
Oi, Juliana!
Quando eu li, não gostei nada do Gatsby. Mas quando vi o Robert Redford... mudei de ideia. Não só pela beleza física dele. Achei a forma como ele lidou com as situações mais delicada do que no livro. A história é a mesma, eu sei. Porém ver a trama na tela foi uma experiência completamente diferente para mim. Vamos ver o que acontece com o Di Caprio.
bjo.
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