Um
escritor, um caçador e três mulheres. A história de cada um deles é uma peça
desta narrativa epistolar que envolve traições em família e certa dose de
coincidências. O começo de tudo? A publicação do poema “O fuzil de caça” em uma pequena revista de caçadores.
Mesmo
sendo contrário à prática da caça, um escritor aceita o convite de um ex-colega
de escola, editor de uma publicação especializada nesse esporte, para colaborar
com um texto, e usa como base um evento peculiar que ficara gravado em sua
memória: um homem vagando solitário pelo campo nevado tendo por companhia
apenas um cachimbo e um fuzil.
Um
tempo depois de seu trabalho ter sido publicado, ele recebe uma carta e, certo
de que se tratava de ameaças e xingamentos de algum apaixonado pela caça que
vira seu poema na revista, abre a correspondência com cautela. No entanto, se
surpreende com a declaração do remetente de que a figura retratada no texto era
ele próprio, Josuke Misugi, caçador.
Mais surpreendente ainda é a história de sua vida e os acontecimentos que o
levaram a entrar na floresta congelada aquele dia. Tais detalhes ele conta por
meio de 3 cartas, enviadas a ele pelas três mulheres de sua vida: a sobrinha
adolescente, a esposa e a amante.
“O fuzil de caça” traz em suas poucas
páginas tudo aquilo que se espera encontrar na literatura oriental: personagens
solitários e melancólicos, amores impossíveis, descrições poéticas das
paisagens e um desfecho trágico. Não é o tipo de escrita que agrada a todos,
mas é certamente um estilo que aprecio muito. A história não tem nada de
mirabolante ou extraordinário, mas ainda assim cativa, por apresentar dramas de
gente comum de um jeito simples, porém impactante.
“Sabia
que além do vermelho ou do azul, das trinta e poucas cores em uma caixa de
pintura, existe a cor da tristeza, uma cor claramente visível aos olhos
humanos?"
É um
livro pequeno, daqueles para ler numa sentada, então não tenho muito mais o que
dizer. Vale a pena ir desvendando os segredos e as ligações entre esses
personagens com o escritor.
5 comentários:
Li esse livro faz um tempinho e gostei muito, ele acabou me surpreendendo bastante. :)
“Sabia que além do vermelho ou do azul, das trinta e poucas cores em uma caixa de pintura, existe a cor da tristeza, uma cor claramente visível aos olhos humanos?" Linda trecho!
Desconhecia o livro até hoje, me pareceu interessante.
Tenho muita curiosidade de ler “O Fuzil de Caça”. O vi uma única vez, mas o livro estava tão surrado que nem levei U_U Beijos, Michelle!
Lígia,
Eu não esperava nada e gostei bastante também.
Maria,
Não é muito conhecido por aqui, mas é uma boa leitura.
Lulu,
Eu consegui em uma troca no Skoob e veio novinho!
Michelle, obrigada novamente pelo mimo! O livro está aqui todo lindo com seu recadinho fofo dentro ^_^
Gostei de O Fuzil de Caça! A narrativa me surpreendeu positivamente. Apreciei principalmente a escrita poética do Yasushi Inoue. Concordo que esse livro traz fortes elementos da literatura japonesa. Acho que seja um bom livro para iniciar, pois além de trazer essas características, dá para ler em uma sentada.
Beijos!
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