O LIVRO - O Guardião de Memórias [Estados Unidos]
Sinopse:
Inverno de 1964. Uma violenta tempestade de neve obriga o Dr. David Henry a fazer o parto de seus filhos gêmeos. O menino, primeiro a nascer, é perfeitamente saudável, mas o médico logo reconhece na menina sinais da síndrome de Down. Guiado por um impulso irrefreável e por dolorosas lembranças do passado, o Dr. Henry toma uma decisão que mudará para sempre a vida de todos e o assombrará até a morte: ele pede que sua enfermeira, Caroline, entregue a criança para adoção e diz à esposa que a menina não sobreviveu. Tocada pela fragilidade do bebê, Caroline decide sair da cidade e criar Phoebe como sua própria filha. E Norah, a mãe, jamais consegue se recuperar do imenso vazio causado pela ausência da menina. A partir daí, uma intrincada trama de segredos, mentiras e traições se desenrola, abrindo feridas que nem o tempo será capaz de curar.
Capa da edição americana |
Eu nunca dei muita bola para esse livro quando dava de cara com ele em livrarias e sites de compra. Acho que o fato da capa nacional ser pouco chamativa e remeter à capa de “A Cabana” me fez ignorá-lo solenemente. No entanto, quando uma amiga com quem troco livros perguntou se eu queria ler esse e falou animada sobre o livro, fui ler a sinopse e achei que poderia ser interessante. Decidi arriscar.
A trama começa em 1964, com o nascimento dos gêmeos Paul e Phoebe, e vai até 1989. É, sobretudo, uma história sobre o poder de nossas escolhas. David Henry fica chocado ao perceber, no parto, que sua filha tinha Síndrome de Down e, relembrando o quanto foi difícil perder sua irmãzinha aos 12 anos de idade devido a problemas cardíacos causados pela mesma doença, tenta poupar sua esposa e a si mesmo da dor de perder um filho prematuramente e toma uma decisão radical: pede a enfermeira que leve o bebê para uma instituição para doentes mentais. Aqui vale fazer um parêntese: É importante lembrar que a história se passa em 1964, quando não havia tanta informação disponível sobre Síndrome de Down nem tratamentos para os problemas congênitos que acompanham a doença, então, portadores dessa doença morriam jovens. Isso está muito bem retratado no livro, seja por meio do vocabulário que atualmente é considerado politicamente incorreto, mas que era corrente naquele tempo, como mongoloide, retardada, asilo de doentes mentais, seja por meio das dificuldades enfrentadas por Caroline, que teve que lutar contra vários tipos de preconceito por ser “mãe solteira” e ainda por cima ter uma filha com problemas mentais.
Voltando à história, a decisão de David acabou destruindo sua família: sua mulher, Norah, que nunca se recuperou da “morte” da menina, distanciou-se cada vez mais do marido e mergulhou na bebida; seu filho, Paul, que era superprotegido pela mãe e negligenciado pelo pai, com quem passa a discutir frequentemente por causa da carreira musical que pretende seguir; ele, David, se enterra no trabalho de ortopedista e passa a dedicar-se à fotografia, permanecendo mais tempo em sua câmara escura do que com a mulher e o filho.
“A fotografia tem tudo a ver com segredos – disse, após alguns minutos, levantando a foto com uma pinça e mergulhando—a no fixador. Os segredos que todos temos e nunca revelamos”.
David diz a Paul – página 185
Achei o começo do livro bem maçante. Muita descrição do passado de Norah, David e Caroline e um número excessivo de personagens secundários e suas histórias colaboraram para tornar o ritmo do livro meio arrastado. Reconheço que fiz “leitura dinâmica” em umas partes iniciais para ver se chegava logo a alguma ação. Lá pela página 90-100 a coisa começou e engrenar e me senti envolvida na história, querendo saber o que aconteceria. É muito tocante ver como Caroline enfrentou todas as dificuldades para ficar com Phoebe e dar a ela uma vida “normal”, isto é, sem aceitar a negação de direitos a sua filha, lutando para que ela tivesse todas as oportunidades que qualquer outra criança teria, mas aceitando suas limitações. A dor da perda, para Norah, fez com que ela se divorciasse de David, mas, por outro lado, ela renasceu como uma mulher independente. David, por sua vez, arruinou seu casamento e seu relacionamento com o filho e era considerado insensível por Norah, mas, na verdade, ele era o “Guardião de Memórias”: por meio de sua câmera fotográfica, via sua menininha abandonada crescer em meninas desconhecidas.
O FILME - O Guardião de Memórias [Inglaterra]
Sabe quando reclamamos que muitas partes do livro foram deixadas de fora do filme?
Neste caso, isso foi um ponto positivo, pois cortaram da adaptação todos os personagens secundários (Bree, a irmã de Norah; Dorothy March, dona da casa onde Caroline vai morar ao fugir com Phoebe para outra cidade; Rosemary, garota grávida, mais ou menos da idade de Paul, que David encontra na velha cabana abandonada da família e a única pessoa a quem David conta a verdade sobre a filha) e suas histórias desnecessárias.
A adaptação é, na verdade, um telefilme, com Dermot Mulroney interpretando Dr. David Henry, Gretchen Mol encarnando Norah Henry e Emily Watson no papel da enfermeira Caroline Gill.
Mesmo que você não leia o livro, recomendo fortemente o filme. Pegue uma caixa de lenços, acomode-se no sofá e bom filme!
4 comentários:
Gostei da dica/resenha. Será mais fácil assistir o filem..rs. Adorei o novo layout, parabéns (lindo)...
Att.,
Luks
Já sei que vou chorar pra caramba. (foi assim com o filme PS: Eu te amo, imagine aí...rs).
Att.,
Luks
Oi Mi!
Não sabia que esse livro é filme :O agora fiquei com vontade de ler e assistir dkasjda adoro chorar com filmes/livros ksjakd
Beijos, Kamila
http://vicio-de-leitura.blogspot.com
Que legal ler sua resenha do filme Mi! Eu não fiz leitura dinâmica do começo (hahahha, adorei isso), mas achei que tinha muito cara de filme mesmo, como te falei. Legal ler sobre o filme aqui, fiquei curiosa!
bjao
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