As
aventuras e desventuras de um grupo de amigos de vinte e poucos anos em Tóquio.
Impossível não se identificar com esses jovens que lutam para assumir as
responsabilidades e chatices da vida adulta enquanto tentam manter vivos os
sonhos da adolescência.
A
primeira vez que ouvi falar de “Solanin”
foi em uma resenha da Luara e, depois, tive ótimas recomendações da Maura. Não
sou muito chegada a gibis e principalmente a mangás porque: 1) as séries têm um
número infinito de volumes e não tenho paciência para acompanhar e 2) muitas
vezes as editoras de mangás param de publicar os volumes do nada e te deixam
sem saber o fim da história. Mesmo assim, anotei a dica e comprei os dois (e apenas dois) volumes de
“Solanin” em uma promoção para ler um dia. E eis que esse dia chegou...
Fui
cativada logo nas primeiras páginas, com os comentários amargos, porém muito
reais, de Meiko sobre os sentimentos
ruins que cultivamos no dia a dia, especialmente nas grandes cidades,
potencializados ao máximo em algumas situações, como o transporte público. Sim,
me vi ali no metrô, desejando a morte dolorosa dos meus companheiros de viagem.
Felizmente não passo mais por isso todos os dias, porém as más recordações ficaram
para sempre.
(Clique para ampliar) |
Ao
longo da história, acompanhamos a solidão de Meiko em meio a milhões de
habitantes, sua frustração com o emprego monótono que servia apenas para pagar
contas, a irritação com o namorado que se escorava nela enquanto seguia
buscando seu sonho de se tornar músico, a constatação da dissolução do amor que
parecia eterno. Um dia, ela resolve abandonar o emprego para viver de fato,
jura a si mesma que aproveitaria cada minuto de sua recém-conquistada liberdade,
decide por um fim ao relacionamento que não a satisfazia mais... No entanto,
como sempre acontece, a realidade é bem diferente do que idealizamos e Meiko
não consegue fazer nada do que havia planejado e se sente cada vez pior.
Além
de Meiko, também conhecemos a rotina, um pouco do passado e os anseios de Taneda (o namorado sonhador de Meiko), Ai (a melhor amiga de Meiko), Billy e Kato (amigos e companheiros de banda de Taneda). Embora eu
claramente me identifique mais com Meiko, consegui me ver nas atitudes de todos
os amigos em determinados momentos. Sabe aquela eterna dúvida entre viver ou
sobreviver? Então... a história deixou um gostinho de nostalgia da adolescência
com um leve toque de melancolia e decepção com o futuro. Achei lindo, mas de
certa forma triste.
Não
tenho muito mais o que falar. Apenas leiam!
OBS: No site da L&PM dá para baixar as primeiras páginas do volume 1. Comece a ler da última página para a primeira, do quadrinho da direita para a esquerda. ;)
2 comentários:
Esse mangá parece ser muito bom, quero ler. :)
Apesar de eu gostar de assistir animes, não gosto tanto de mangás por serem longos (e aí fica caro comprar tudo), mas esses de um ou dois volumes são bem tentadores.
Solanin é incrível! Uma das minhas melhores leituras de 2012! Chorei muito no segundo volume, quando Meiko toca a música escrita por Taneda. As personagens e situações criadas por Inio Asano são tão palpáveis que a uma troca de identificação com o leitor.
Beijos!
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