Dan Mercer trabalha como assistente
social e faz as vezes de técnico do time de basquete de jovens órfãos com os
quais partilha uma infância sofrida. Por isso, mesmo com seus instintos lhe
dizendo que havia algo errado, ele não pensa duas vezes antes de sair atrás de uma garota que lhe pedira socorro por telefone. Ao chegar ao local
indicado, percebe que fora vítima de uma cilada e que estava sendo exibido em
rede nacional como pedófilo. Paralelamente a essa história, Haley McWaid, uma aluna exemplar e dedicada, prestes a entrar na universidade, simplesmente desaparece, deixando a
vizinhança apreensiva.
No
centro do escândalo envolvendo Dan está Wendy
Tynes, a repórter responsável pela armadilha que capturou o suposto
pedófilo. No entanto, algo dentro dela a incomodava. Sendo uma pessoa que se atém
aos fatos, Wendy tenta ignorar o incômodo crescente. Até que Dan é morto e ela
se vê diante de um dilema: será que ela havia destruído a vida de um inocente?
Sob o peso da culpa, ela decide investigar melhor e acaba presa em uma teia de
mentiras que coloca sua própria segurança e a de seu filho em jogo.
Reviravolta.
Se eu tivesse que escolher uma palavra para definir Harlan Coben, com certeza seria reviravolta. Incrível como o autor
nos joga de um lado para o outro, feito bonecos de pano, brinca com nossas
suposições, nos induz a pensar de um jeito só para depois desmontar nossas
teorias e rir da nossa ingenuidade. Fazer isso não deve ser nada fácil e, sem
dúvida, ele deve contar com uma equipe competente que revise a história várias
vezes para evitar pontas soltas. Esse trabalho foi muito bem feito em "Cilada".
Aliás,
foi o primeiro livro do Coben que li. Sempre quis conhecer sua escrita, mas
acabava adiando. Ainda este ano, tive a chance de ler "Não conte a ninguém" para o Mês do Suspense, porém
não tive tempo. Terminei por assistir apenas à adaptação francesa da história e
me decepcionei. Por tabela, acabei perdendo a vontade de ler o livro. O
engraçado é que as reviravoltas que tanto me empolgaram na leitura de “Cilada”
foram justamente o que mais me irritou no filme. Não sei explicar. Talvez seja
porque a imaginação realmente não tenha limites, mas as estripulias dos
personagens na tela soaram absurdamente inverossímeis.
O
fato é que gostei muito do estilo do autor. Embora a história seja rocambolesca
e beire o inacreditável, tudo parece fazer sentido durante a leitura. Frases
curtas e vocabulário simples, capítulos de poucas páginas, personagens
interessantes e ação constante, amarrados em uma trama de mistério, garantiram
meu envolvimento até o fim. E ainda fala sobre as falsas aparências, sobre o
poder das informações de massa e sobre como um evento aparentemente bobo pode
se transformar em um problema gigantesco. Parabéns, Sr. Coben! Me fez querer
ler outros livros seus.
Leitura
empolgante e rápida. Praticamente um filme de ação em formato de livro.
Recomendo.
2 comentários:
Leia "não conte a ninguém". É muito bom!
Taí o único livro do Harlan Coben que eu tenho vontade de ler. Ainda espero começar por este... Estou tentando achar alguém para trocar comigo no Skoob rsrsrs
Ouvi muita gente dizendo exatamente o mesmo que você e fiquei interessada porque adoro narrativas ágeis e que me deem aquela sacudida enquanto leio.
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