E
então eu fui assistir à adaptação de “O
Doador”. Como já falei do livro AQUI,
não vou repetir a sinopse da história. Partirei direto para as comparações e
comentários.
O
filme começa já na Cerimônia dos Doze,
com Jonas (Brenton Thwaites)
narrando em retrospecto como chegou ali e falando superficialmente sobre como
funciona a sociedade perfeita. O foco da trama é seu treinamento com o Doador (Jeff
Bridges). Ao mesmo tempo, foi criada uma atração romântica entre Jonas
e Fiona (Odeya Rush), já que todo filme PRECISA ter um momento
romantiquinho para atrair o público feminino e, principalmente, as adolescentes
(ahhhh... preguiça dessas coisas).
Os
amigos de Jonas ganham mais destaque no filme, o que faz sentido, já que é
possível acompanhar as aventuras de um único personagem durante um livro
inteiro, mas na tela isso seria cansativo. A força da amizade entre Jonas,
Fiona e Asher (Cameron Monaghan) acaba tendo um papel importante no desfecho
da história e, sem eles, o protagonista jamais conseguir levar seu plano a
cabo.
Em
geral, gostei muito da relação entre Jonas e o Doador e achei que as atitudes
do garoto, de tentar compartilhar com os amigos as descobertas incríveis que
havia feito, foram bem retratadas na tela, com mais emoção e envolvimento do
que o mostrado no livro. O Pai de Jonas (Alexander Skarsgård)
parece legal (na medida do possível), assim como no texto, e a Mãe (Katie
Holmes) é irritante de dar dó. A coitada só repete a mesma frase o
filme todo. Pelo menos, deve ter sido fácil de decorar, né?
Uma
coisa que me incomodou muito é a presença de toda a tecnologia da polícia (ou
algo parecido com polícia). No meu entendimento, a lavagem cerebral que os
cidadãos recebiam desde o nascimento e a vigilância constante nas casas e nas
ruas por câmeras e escutas deveriam ser suficientes para manter as pessoas na
linha. Não haveria necessidade e policiamento ostensivo. Além disso, a passagem
para Alhures é sempre vista pelos
habitantes como algo bom e desejável no livro, enquanto nas telas logo ficou
claro que não era algo tão maravilhoso assim, já que os contraventores ficam
presos antes de dizer adeus.
Enfim...
alterações à parte, é uma boa adaptação, embora a ênfase também tenha mudado de
"poder fazer escolhas" para "poder sentir emoções". Achei interessante terem colocado a casa do Doador à beira do precipício. Uma boa metáfora para quando Jonas se joga no desconhecido. E,
milagrosamente, não modificaram o final. Ponto positivo. Agora é só torcer para
que o filme tenha uma boa bilheteria e alavanque as vendas do livro - quem sabe
assim alguma editora finalmente publique em português os outros volumes da
série.
Aventura,
ficção científica, romance... agrada todo mundo. E, de quebra, faz questionamentos
importantes. Recomendo.
Trailer Legendado:
Veja também:
Resenha do Livro 1 - O Doador
Resenha do Livro 2 - Gathering Blue
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