quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Filme: O Doador de Memórias


E então eu fui assistir à adaptação de “O Doador”. Como já falei do livro AQUI, não vou repetir a sinopse da história. Partirei direto para as comparações e comentários.

O filme começa já na Cerimônia dos Doze, com Jonas (Brenton Thwaites) narrando em retrospecto como chegou ali e falando superficialmente sobre como funciona a sociedade perfeita. O foco da trama é seu treinamento com o Doador (Jeff Bridges). Ao mesmo tempo, foi criada uma atração romântica entre Jonas e Fiona (Odeya Rush), já que todo filme PRECISA ter um momento romantiquinho para atrair o público feminino e, principalmente, as adolescentes (ahhhh... preguiça dessas coisas).


Os amigos de Jonas ganham mais destaque no filme, o que faz sentido, já que é possível acompanhar as aventuras de um único personagem durante um livro inteiro, mas na tela isso seria cansativo. A força da amizade entre Jonas, Fiona e Asher (Cameron Monaghan) acaba tendo um papel importante no desfecho da história e, sem eles, o protagonista jamais conseguir levar seu plano a cabo.


Em geral, gostei muito da relação entre Jonas e o Doador e achei que as atitudes do garoto, de tentar compartilhar com os amigos as descobertas incríveis que havia feito, foram bem retratadas na tela, com mais emoção e envolvimento do que o mostrado no livro. O Pai de Jonas (Alexander Skarsgård) parece legal (na medida do possível), assim como no texto, e a Mãe (Katie Holmes) é irritante de dar dó. A coitada só repete a mesma frase o filme todo. Pelo menos, deve ter sido fácil de decorar, né?


Uma coisa que me incomodou muito é a presença de toda a tecnologia da polícia (ou algo parecido com polícia). No meu entendimento, a lavagem cerebral que os cidadãos recebiam desde o nascimento e a vigilância constante nas casas e nas ruas por câmeras e escutas deveriam ser suficientes para manter as pessoas na linha. Não haveria necessidade e policiamento ostensivo. Além disso, a passagem para Alhures é sempre vista pelos habitantes como algo bom e desejável no livro, enquanto nas telas logo ficou claro que não era algo tão maravilhoso assim, já que os contraventores ficam presos antes de dizer adeus.


Enfim... alterações à parte, é uma boa adaptação, embora a ênfase também tenha mudado de "poder fazer escolhas" para "poder sentir emoções". Achei interessante terem colocado a casa do Doador à beira do precipício. Uma boa metáfora para quando Jonas se joga no desconhecido. E, milagrosamente, não modificaram o final. Ponto positivo. Agora é só torcer para que o filme tenha uma boa bilheteria e alavanque as vendas do livro - quem sabe assim alguma editora finalmente publique em português os outros volumes da série.

Aventura, ficção científica, romance... agrada todo mundo. E, de quebra, faz questionamentos importantes. Recomendo.

Trailer Legendado:

Veja também:
Resenha do Livro 1 - O Doador
Resenha do Livro 2 - Gathering Blue 

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