sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Resenha: Son


Hoje é o último post da Saga O Doador, que encerra a quadrilogia com “Son”. Este volume se divide em três partes: a primeira conta a história de Claire adolescente e sua experiência como Mãe Biológica; a segunda narra sua transformação em Claire das Águas; e a terceira é contada do ponto de vista de seu Filho.

No começo do livro, acompanhamos a rotina da casa reservada às Mães Biológicas e os horrores vividos por Claire, que teve uma gravidez conturbada e foi dispensada por não poder mais cumprir sua função na sociedade. Assim, é levada para trabalhar em uma unidade de criação de peixes. Sem saber o que deu errado em seu parto, humilhada por não poder mais exercer a atividade para a qual foi originalmente designada, sentindo-se deslocada em um núcleo de pessoas desconhecidas e com as quais ela não se identifica, sua vida passa a ser uma farsa em que ela interpreta a funcionária ideal, mas, no fundo, sua única ambição é encontrar seu filho.

Com muita persistência, ela acaba se aproximando da criança sob um pretexto qualquer, mas sabe que em pouco tempo ele será designado a uma Unidade Familiar. Por força do destino, mais uma reviravolta acontece na vida de Claire e ela vai parar em outro povoado, levada pelas poderosas águas do rio. Sem memória e sem conhecer os costumes locais, tem que se adaptar mais uma vez. Anos se passam, mas seu propósito vital continua pulsante dentro dela, mesmo que ela ainda não tenha se lembrado do passado. No devido tempo, a verdade vem à tona.

Enquanto isso, seu filho vive em uma outra comunidade, e, embora tenha uma vida boa, sente um vazio dentro de si. Seu plano é partir em uma jornada de autoconhecimento, mas a empreitada acaba não dando certo. Por fim, seu azar se mostra oportuno, já que em suas mãos vai parar o futuro dos habitantes locais.

Neste quarto volume, Lois Lowry continua combinando elementos dos universos dos livros anteriores, entrelaçando as histórias de personagens já conhecidos com as de outros totalmente inéditos e de alguns que já vimos de relance. No quesito amarração, não há falhas. Mas... o clímax da trama é fraco e o embate final com o antagonista não emociona. O senso de doação dos protagonistas dos livros anteriores não se repete aqui. Embora o Filho também tenha que usar seu dom para proteger toda a população, o ‘chefe final de fase’ não oferece resistência. E, na verdade, não há um sistema opressor que leve a atos de rebeldia ou bravura. O drama é mais pessoal. Não combina com o restante da série.

Para ser justa, não vou dizer que tudo foi ruim. As duas partes que focam em Claire são interessantes, principalmente a primeira, que retrata sua angustiante experiência de parto e a decepção consigo mesma, junto com o desespero para encontrar o filho. Mas é só.

Leia ser tiver muita curiosidade ou TOC para encerrar uma série. Do contrário, pare no terceiro livro. Sério.


Este post faz parte do Desafio Literário Skoob 2014 - Mês de Setembro: Séries. Para ver a lista de obras selecionadas e outros posts do DLSkoob2014, clique AQUI. 

Veja também:
Post do Filme: O Doador de Memórias
Resenha do Livro 1 - O Doador
Resenha do Livro 2 - Gathering Blue
Resenha do Livro 3 - Messenger

3 comentários:

Anônimo disse...

Pelas suas resenhas, Mi, fiquei com a sensação de que na verdade não é uma quadrilogia, mas sim livros separados sobre um mesmo universo fictício. É isso?

Jacqueline Braga disse...

oie Mi
achei a trama um pouco confusa (ou a essa hora meu cérebro já não está assimilando direito o que eu leio rs). Mas fiquei curiosa pra saber se a tal mulher encontra o filho.
bjos
www.mybooklit.com

Rê Lima disse...

Concordo demais com você, Mi! A autora demorou um tempão pra terminar a série e quando terminou fez esse livro que não responde metade dos questionamentos!
E depois do terceiro livro, tão bom, esse é uma decepção ENORME!
Beijos grandes!!!!